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Os executivos do setor de telecomunicações definiram o retorno do investimento, o custo da construção de rede e a criação de parcerias como os principais desafios no 5G no Brasil. Durante o primeiro dia do Futurecom 2020 em edição digital nesta segunda-feira, 26, representantes de Vivo, Amdocs, Nokia e NEC trataram do tema.

Para Clayton Cruz, presidente de divisão da Amdocs na América Latina e Caribe, a monetização das operadoras no 5G é fundamental, uma vez que não é apenas uma evolução de arquitetura de rede do LTE. Além disso, Cruz lembra que os investimentos em 4G ainda continuam em voga no País, com instalações de redes em diversas localidades.

“Se pensar no 5G como uma evolução de acesso, ele não se paga. Nós temos que buscar maneiras e mecanismos para monetizar com isso”, disse Cruz. “O 5G substituirá tecnologias que não conseguem chegar aos usuários, como o FWA no lugar de cobre e fibra, por exemplo. O 5G é uma plataforma de desenvolvimento, não é apenas uma arquitetura de redes”, completou.

Cruz disse ainda que a monetização “não é uma receita de bolo”, ou seja, uma receita pronta. Para ele, a criação de formas de ganhar dinheiro com 5G vai variar de “mercado a mercado” e de “operadora a operadora”: “Pode ter operadora que é só provedor de conectividade, outra habilitará soluções, mas pode ter outra que quererá criar soluções”, concluiu o executivo da Amdocs.

Pagando a conta

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Para Márcio Fabbris, vice-presidente de B2C na Vivo, a construção das redes é outro desafio para as operadoras. Ele lembra que, no passado, as redes próprias eram vistas como “vantagem competitiva” pelas empresas de telecom, por serem as donas da rede. Mas este cenário mudou.

“Nós chegamos a uma equação que talvez não desse mais para construir uma rede em cima da outra. Com o passar do tempo, as operadoras foram se apresentado muito mais como empresa de cliente, onde a rede não é mais o diferencial, pois todos investiram e alcançaram uma qualidade razoável”, afirmou Fabbris.

De acordo com Ailton Santos, vice-presidente da Nokia Software na América Latina, haverá uma exploração do B2C com a rede de quinta geração, mas a conta do 5G “não será paga com planos de dados e voz”. Santos acredita em um limite para que o usuário final consiga se pagar mais do que se paga hoje. O executivo da fornecedora acredita que uma oportunidade para se pagar as redes será com oferta de Internet das Coisas para empresas e consumidor final.

Parcerias

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Por sua vez, Wagner Barroso, diretor de negócios da NEC, acredita que, em um universo com barreiras burocráticas e dificuldades em obter retorno sob o investimento, o caminho para as operadoras e demais empresas envolvidas no 5G são as parcerias. Deu como exemplo o Japão, no qual firmas de telecomunicações, fornecedores e demais empresas criaram “grupos de colaboração, para gerar inovação e melhorar a experiências dos clientes, finais e colaborativos”.

Contudo, o vice-presidente da Nokia atentou para os cuidados que devem ser tomados em parcerias e alianças: “O modelo de arquitetura de negócios terá características abertas, conexão e desconexão de parceiros automaticamente e criação de regras de validação do seu parceiro. Sugiro uma revisão de conceitos na hora de falar alianças e parceiras”, sugeriu Santos.

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