mensageria

A Yalo (antiga Yalochat), broker homologado no WhatsApp Business, WeChat e Facebook Messenger, traça uma estratégia para aumentar sua receita no mercado brasileiro. Em conversa com Mobile Time, Karla Berman, vice-presidente de vendas da empresa de mensageria, afirmou que espera um crescimento do Brasil no seu share de receita total para 2021: “A América Latina hispânica continuará sendo o nosso principal mercado. Mas estamos prontos para crescer no Brasil. Esperamos que pelo menos 35% de nossa receita venha do mercado brasileiro neste ano”, disse a executiva da empresa.

Como parte da estratégia, a empresa está montando um “time completo” no País com dez pessoas, com desenvolvedores de software, analistas de vendas e especialistas em experiência do usuário (UX). Berman explicou que criou um time experiente, pois sabe que o “Brasil não é para amadores” e a Yalo precisa ganhar terreno na “principal economia da América Latina”.

Neste cenário, a empresa busca avançar no País com ofertas de soluções de mensageria e automatização de atendimento para empresas do segmento de varejo, consumo e bancos. Seu principal caso de uso no Brasil é o robô de comunicação para lojistas que compram Coca Cola. O chatbot atende pedidos de mais de 200 mil comerciantes atualmente, segundo a empresa.

Um dos motivadores para o investimento da empresa no Brasil foi o aporte de US$ 15 milhões que recebeu do Sierra Ventures e do Capital Group, este último dirigido Eduardo Saverin (cofundador do Facebook) e Raj Ganguly. Questionada se haverá outra rodada, Berman explicou que pode receber novo aporte se encontrar o parceiro certo.

“Estamos focados em fazer o nosso negócio (mensageria e automação) crescer. Nós temos um investidor estratégico (Capital Group) que sabe o nosso objetivo. Não queremos ser um unicórnio (uma empresa com US$ 1 bilhão de valor de mercado). O nosso objetivo é investir no mercado latino-americano”, complementou a VP de vendas.

Vale lembrar, a crise do novo coronavírus e a demanda por plataformas de comunicação digital automatizadas aqueceu o mercado de mensageria ao longo de 2020. Além de Yalo, Take, Wavy e Smarkio  receberam aportes financeiros na América Latina. No âmbito mundial, as apostas multimilionárias de Cisco e Salesforce foram as mais notadas.

2020

Na América Latina, a empresa observou um grande incremento no tráfego em seus canais, 10 vezes após o auge da crise da pandemia, a partir de maio de 2020. A executiva afirmou que o canal digital ficou “mais importante” em relação ao passado, uma vez que as empresas precisaram recorrer ao digital para evitar perdas de receita e clientes.

“Antes da pandemia era interessante ser uma empresa e possuir um canal empresarial no WhatsApp. Talvez fosse ‘bonitinho’, mas não era uma parte crítica do negócio. Agora estamos vendo mais clientes nossos que dependem muito do WhatsApp”, disse. “Com isso, nós (Yalo) estamos nos tornando prioridade para nossos clientes. E isso traz uma grande responsabilidade para nós, pois não somos mais os ‘bonitinhos’. Somos aqueles da ‘missão crítica’”, completou.

Berman acredita que a automação e a mensageria de empresas pelo WhatsApp passaram de “complementar” para “necessário”. Para a gestora, a companhia que não implementar comunicação via WhatsApp nos próximos seis meses ficará para trás.

Apostas

Sobre outras plataformas – Instagram, Telegram, ABC, RCS, por exemplo – que pretende apostar em 2021, Berman afirmou que os dados internos e externos mostram que Facebook Messenger e WhatsApp seguem como as principais formas de comunicação digital na América Latina. Contudo, a VP relatou que não estão presos a nenhuma tecnologia: “Somos definitivamente message-first, mais do que platform-first (mensagem primeiro ante plataforma primeiro, na tradução livre para o português)”, explicou.

 

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