Sob a liderança da GSMA, 21 operadoras ao redor do mundo se uniram para desenvolver APIs padronizadas para acesso a suas redes. A iniciativa, batizada como Open Gateway foi anunciada nesta segunda-feira, 27, durante a abertura do Mobile World Congress (MWC 2023), em Barcelona. Entre as teles que fazem parte do lançamento estão América Móvil (controladora da Claro), Telefónica e TIM. O projeto está aberto à adesão de outras operadoras. Mobile Time havia adiantado a proposta do projeto, em linhas gerais, no fim do ano passado.
A proposta por trás do Open Gateway é que desenvolvedores possam criar aplicações capazes de acessar recursos das redes de telefonia móvel. Por serem APIs padronizadas, elas são adotadas por todas as teles participantes da iniciativa, evitando que o desenvolvedor precise replicar seu trabalho para se conectar com cada operadora.
Para Mats Granryd, diretor geral da GSMA, o Open Gateway terá impacto similar à criação do padrão GSM, décadas atrás. “É uma grande oportunidade para as teles trabalharem em conjunto com desenvolvedores e big techs”, comentou o executivo.
As 21 teles que participam do lançamento são: América Móvil, AT&T, Axiata, Bharti Airtel, China Mobile, Deutsche Telekom, e& Group, KDDI, KT, Liberty Global, MTN, Orange, Singtel, Swisscom, STC, Telefónica, Telenor, Telstra, TIM, Verizon e Vodafone.
Oito APIs
Neste lançamento foram apresentadas as primeiras oito APIs criadas para o Open Gateway. Elas servem às seguintes funcionalidades: qualidade sob demanda; status do dispositivo; localização do dispositivo; SIM swap; verificação de número telefônico; validação com OTP; carrier billing; e seleção de edge site e routing. Todas as APIs do Open Gateway são definidas, desenvolvidas e publicadas pela CAMARA, um projeto coordenado pela Linux Foundation em parceria com a GSMA.
Um exemplo de aplicação com a API de “qualidade sob demanda” é o seguinte: o desenvolvedor de um jogo de realidade virtual poderia solicitar à rede acesso a uma capacidade maior para que sua transmissão funcione adequadamente.
Vale destacar que as teles poderão cobrar pelo acesso às APIs. Ou seja, isso significará uma nova fonte de receita para as operadoras.
Na véspera do Mobile World Congress, o CEO da Nokia comentou sobre o tema.
MobiXD
A criação de APIs de rede fará parte da agenda do 2º MobiXD, seminário organizado por Mobile Time no dia 16 de maio, no WTC, em São Paulo.