A brasileira Blip chegou na Europa. A empresa inaugurou na última quinta-feira seu escritório em Madri, na Espanha. E nesta semana participa pela primeira vez com um estande do Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, o maior evento da indústria móvel no mundo.
“Percebemos que há uma oportunidade grande na Europa. Sinto como se estivesse chegando em um mar azul. Não em um mar vermelho”, comparou Roberto Oliveira, cofundador e CEO da Blip, em conversa exclusiva com Mobile Time nesta terça-feira, 27, em Barcelona.
O otimismo de Oliveira se deve ao fato de o mercado europeu de bots não ser tão maduro quanto o brasileiro. As restrições legais contra o envio de mensagens promocionais contiveram muitos players oriundos do mercado de SMS, opina o executivo. Mas a Blip chega com uma proposta diferente a partir da sua própria experiência no Brasil: vai focar em casos de uso nos quais o consumidor faz o primeiro contato com a marca, como atendimento ou por meio de campanhas de click to WhatsApp.
“Em um mercado com restrições de publicidade, o melhor é construir uma relação direta, one to one, com seu cliente. A partir do momento em que ele tem um bom atendimento e recebe mensagens úteis, fica mais aberto ao opt-in”, explica o executivo.
Telecom
A primeira vertical que será prioridade da Blip na Europa será a de telecom. “As operadoras brasileiras estão cinco anos à frente das europeias”, compara Oliveira, se referindo ao uso de bots no WhatsApp.
A expectativa da Blip é dobrar a receita no exterior este ano, somando Europa e América Latina, enquanto o faturamento no Brasil deve aumentar 40%.
Equipe
O escritório madrilenho da Blip pertencia à GUS, desenvolvedora mexicana adquirida no fim do ano passado. Juntos vieram 15 funcionários que agora representam a Blip na Espanha. E outras 15 pessoas serão contratadas para trabalhar lá este ano.
No México, a Blip conta hoje com cerca de 50 colaboradores e deve chamar mais 20 até dezembro.
Ao todo a Blip tem 1,5 mil funcionários, a maioria no Brasil.
Análise
O ecossistema brasileiro de chatbots é tido como um dos mais desenvolvidos do mundo, por causa da quantidade de players presentes, da adesão de grandes marcas à interface conversacional, do volume de projetos e da variedade e sofisticação dos casos de uso. Era natural, portanto, que a experiência nacional fosse aplicada no exterior: o bot brasileiro virou item de exportação.