A Oi encerrou 2018 com redução nas receitas, especialmente com o reflexo do desempenho no segmento residencial, ainda que a TV paga tenha mostrado crescimento na base. Segundo o balanço financeiro divulgado nos últimos minutos da terça-feira, 26, no total, considerando todos os negócios da empresa, a receita líquida da Oi no quatro trimestre foi de R$ 5,365 bilhões, queda de 7,9%. No acumulado do ano, o recuo foi de 7,3%, total de R$ 22,060 bilhões.

A receita líquida de serviços da Oi no Brasil totalizou R$ 5,253 bilhões nos últimos três meses de 2018, uma redução de 8,2%. Considerando o ano inteiro, foram R$ 21,663 bilhões, queda de 7,1%. A companhia justifica que ainda há impacto do reajuste de tarifas ocorrido no terceiro trimestre de 2017, com reflexos nos segmentos residencial, mobilidade pessoal e pequenas empresas. Mas a empresa identifica “piora na performance do residencial” para explicar uma redução na comparação sequencial, embora parcialmente compensada pela mobilidade.

A maior queda foi no segmento residencial, que somou R$ 2,003 bilhões no trimestre, resultado 11,7% abaixo do mesmo período do ano anterior. Nos 12 meses, total foi de R$ 8,402 bilhões, queda de 8,4%. Em todos os segmentos, há impacto da queda do tráfego de voz. Mas há crescimento das receitas da TV paga e de dados em mobilidade pessoal.

A receita de mobilidade pessoal foi de R$ 1,766 bilhão (queda de 3,3%) e de R$ 7,056 bilhões (recuo de 4,8%) no trimestre e no ano, respectivamente. Por sua vez, a receita de B2B foi de R$ 1,432 bilhão (redução de 8,2%) e de R$ 5,978 bilhões (queda de 7,8%), também respectivamente.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) de rotina foi de R$ 1,257 bilhão no trimestre (queda de 3,2%) e de R$ 5,851 bilhões nos 12 meses (recuo de 6,3%). A margem EBTIDA de rotina aumentou 1,1 p.p. no trimestre e ficou em 23,4%, enquanto no acumulado do ano, o avanço foi de 0,3 p.p., ficando em 26,5%.

A companhia aumentou em 65,7% o prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores no trimestre, que foi de R$ 3,359 bilhões. No acumulado do ano, contudo, a companhia reverteu o prejuízo de 2017 (de R$ 6,365 bilhões) e encerrou 2018 com lucro de R$ 24,591 bilhões, ainda com efeitos do resultado do primeiro trimestre, quando houve impacto do registro da reestruturação da dívida.

Com a RJ, a dívida líquida da empresa foi reduzida em 75,2%, e encerrou dezembro do ano passado em R$ 11,826 bilhões. A Oi encerrou o ano com queda no caixa disponível de 33,9%, totalizando R$ 4,624 bilhões.

Durante o trimestre, a operadora investiu R$ 2,091 bilhões, um avanço de 13,6%. No acumulado do ano, o Capex foi de R$ 6,112 bilhões, aumento de 7,5% comparado a 2017.

Operacional

A Oi encerrou o ano com 57,146 milhões de unidades geradoras de receita, uma queda de 4,3%. A maior parte é de mobilidade pessoal, que somou 35,033 milhões de UGRs, queda de 4,4%. Desses, 27,293 milhões são pré-pagos (queda de 8,8%) e 7,741 milhões, pós-pagos (aumento de 15%). A tele ressalta que está acelerando o refarming na faixa de 1,8 GHz para 4G, processo que já alcança 23 cidades, com expectativa de chegar a 41 ainda no primeiro semestre de 2019. Também planeja “futuramente” o refarming com a faixa de 2,1 GHz, atualmente atribuída ao 3G. A cobertura 4G da Oi chega a 902 municípios, aumento de 11%.

O segmento residencial totalizou 14,746 milhões de unidades (recuo de 7,2%). Desse total, 8,276 milhões eram de linhas fixas em serviço, 10,4% a menos do que em 2017. Já a banda larga fixa representava 4,883 milhões de UGRs, queda de 5,3%. A TV paga foi a única a mostrar crescimento: de 6,1% total de 1,587 milhões de unidades. A receita média por usuário residencial caiu 2,1% e ficou em R$ 79,6 no trimestre.

Embora a “quase totalidade” da base de banda larga da tele ainda seja em cobre (VDSL e ADSL), a Oi destaca ter acelerado investimentos em fibra no projeto de “reuso de rede”, que aproveita a rede de transporte e a capilaridade da rede metropolitana para aumentar a disponibilidade da oferta FTTH (agora também com IPTV). Em dezembro, essa tecnologia tinha cobertura de 1,2 milhão de homes passed, dos quais 600 mil foram somente nos últimos cinco meses do ano. Segundo a operadora, serão 200 mil homes passed por mês em 2019, totalizando mais de 3,6 milhões ao final do ano. A companhia totaliza 92 mil clientes com fibra em dezembro, mas já passando dos 100 mil em janeiro de 2019. O FTTH está presente em 27 municípios, dos quais 10 são capitais. O objetivo da empresa é chegar a 62 cidades em 2019.

A TV paga manteve o crescimento, e a penetração nas residências com telefonia fixa da operadora aumentou 3 p.p., passando a 19,2%. A ARPU “ficou em linha com o apresentado” no trimestre anterior.

Já o B2B da Oi tinha 6,727 milhões UGRs, um aumento de 3,3%. Esse crescimento foi impulsionado pela base móvel e pela de TV paga no segmento. No atacado, a Oi diz continuar a aumentar a participação das receitas “não reguladas”, com objetivo de otimizar a infraestrutura existente. No ano passado, 56% já eram desse tipo, um avanço de 5 p.p. comparado a 2017. A expectativa em 2019 é “capturar oportunidades na expansão da fibra e na preparação da rede para o 5G”.

 

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