Uma nova sondagem realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) entre os dias 23 e 25 de março apontou que 24% das empresas do setor já atravessam uma paralisação parcial ou total na fabricação local. O número é um reflexo direto da chegada da pandemia do novo coronavírus ao Brasil.

Essa é a quarta sondagem do gênero realizada pela Abinee; na última delas, feita no início de março, eram 6% as empresas com paralisação das atividades. Do total de 24% de empresas paralisadas agora, 42% relataram que a parada é total e 58%, parcial. A sondagem contou com a participação de 60 indústrias do setor eletroeletrônico.

Com o cenário, o total de empresas que não devem atingir a produção prevista para o primeiro trimestre passou de 21% para 30%; dessa forma, a atividade no período deve ficar, em média, 34% abaixo da projetada (ante queda de 31% prevista na última projeção). Para 43% das empresas, entretanto, ainda será possível manter o resultado planejado.

China

Para o presidente da Abinee, Humberto Barbato, “a nova pesquisa indica que o maior problema agora não é mais o fornecimento de insumos da China, mas a chegada do coronavírus ao Brasil, que obrigou as empresas a adotarem medidas de prevenção, afetando assim a produção local”.

Se em 6 de março 70% do setor reportava problemas para importar do país asiático, hoje esse percentual caiu para 51%. Algumas empresas do setor, contudo, também enfrentam problemas de abastecimento perante outros mercados, como o europeu e o próprio fornecimento local.

Medidas

A Abinee também reportou medidas internas que estariam sendo adotadas por associadas durante a crise do coronavírus. Entre elas, o rodízio de funcionários da área de produção (em 26% dos casos), a antecipação de férias (26%), a adoção de férias coletivas (15%) ou da jornada reduzida (9%). Já 24% optaram pela antecipação de férias apenas para funcionários dos grupos de maior risco, enquanto 22% das entrevistadas não reduziram o fluxo de trabalhadores ligados ao processo de produção.

Já na área administrativa, 33% das ouvidas estabeleceram trabalho remoto (home office) total e 53%, o home office parcial. As demais (14%) não aderiram ao trabalho remoto.

 

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