O Brasil não necessariamente terá um único operador do sistema de coordenação automática de frequências (AFC, na sigla em inglês) na faixa de 6 GHz. A Anatel está estudando a possibilidade de haver vários operadores, informou Vinícius Caram, superintendente de recursos à prestação da Anatel. A decisão deve ser tomada ainda neste semestre, junto com outros detalhes desse projeto que, na prática, vai liberar o uso outdoor com potência padrão de equipamentos Wi-Fi 6E na referida faixa. Caram participou nesta segunda-feira, 27, do Dynamic Spectrum Alliance (DSA) Global Summit, no Rio de Janeiro.
Nos EUA, o órgão regulador selecionou 13 operadores do seu sistema de AFC para 6 GHz. Eles vão agora passar por testes de laboratório e, em seguida, de campo, antes de entrarem em operação. Lá, os 13 escolhidos foram: Broadcom; Google; Comsearch; Sony Group; Kyrio; Key Bridge Wireless; Nokia Innovations; Federated Wireless; Wireless Broadband Alliance; Wi-Fi Alliance (WFA); Qualcomm; Plume Design; and RED Technologies.
No Brasil, um dos candidatos a operar o AFC nacional é a Abrint.
6 GHz
A Anatel alocou a faixa de 6 GHz por inteiro para uso não-licenciado, mas com restrições de potência tanto para ambiente indoor quanto outdoor. Com a adoção de um sistema AFC, será possível liberar a potência padrão desses equipamentos sem interferir em serviços com acesso prioritário nessa faixa – satélites de banda C e enlaces de rádio.
A Anatel aposta que a utilização da faixa de 6 GHz por redes Wi-Fi vai aumentar a competição em serviços de conectividade no País, como explicou Abraão Balbino, superintendente-executivo da agência presente no mesmo evento: “Os ISPs terão o papel de fomentar a competição. Mas eles precisam de recursos. É verdade que já temos muita fibra no Brasil, mas temos um novo futuro na nossa frente. O Wi-Fi pode desenvolver novos modelos de negócios e ser o enabler de transformação digital.”