A brasileira BWS e a chinesa SIMCom desenvolveram em conjunto um chipset LoRa/LTE (Cat 1 bis) para embarcar em rastreadores com o objetivo de facilitar a localização e a recuperação de ativos roubados. O objetivo é viabilizar a comunicação peer to peer via LoRa entre veículos dotados com esse dispositivo.
“São poucos os mercados com problema de roubo de veículos: Brasil, México, Colômbia e África do Sul. Por isso, os fabricantes não tinham interesse (em desenvolver um rastreador com LoRa e LTE), pois focam mais nos mercados norte-americano e asiático”, relata Oswaldo Conti-Bosso, CEO da BWS, em conversa com Mobile Time.
A ideia partiu da BWS, dois anos atrás. A empresa encontrou na SIMCom a parceira que precisava para o desenvolvimento do chipset e agora terá dois anos de exclusividade na sua comercialização.
O rastreador inclui GPS e também pode se conectar à rede LoRa WAN da American Tower.

Chipset BWS/SIMCom
Vantagens de um rastreador LoRa/LTE
Quando um veículo é roubado, é comum os bandidos usarem um bloqueador de sinal de celular, para impedir o rastreamento pela rede móvel. Mas esses bloqueadores não impedem a comunicação pela frequência usada pelo LoRa. Desta forma, se um veículo equipado com o rastreador da BWS for roubado, ele pode seguir enviando a informação da sua localização pelo protocolo LoRa para outros veículos que tenham o mesmo dispositivo e estejam dentro do raio de alcance dessa tecnologia. Em grandes centros urbanos, os testes indicam ser possível se comunicar a uma distância de até 1,5 Km.
Outra vantagem de ter as duas tecnologias embarcadas em um mesmo chipset é diminuir o tamanho do rastreador e facilitar a sua camuflagem dentro de um veículo.
Os clientes da BWS serão empresas que vendem soluções de rastreamento de ativos. Também será comercializada a plataforma da BWS de acompanhamento da localização de dispositivos pela comunicação LoRa P2P.
Cabe destacar que a BWS disponibilizará um SDK da sua plataforma para qualquer outro fabricante de rastreador que queira que seus dispositivos façam parte dessa rede de comunicação LoRa P2P.
Próximos passos da BWS
A BWS espera ter os primeiro protótipos prontos dentro de seis meses. Mais à frente, será criada também uma versão com NTN, para comunicação satelital através de frequências de celulares. Serão feitos testes tanto com satélites de baixa órbita (LEO) quanto geoestacionários (GEO).
Por fim, a empresa avalia uma possível fabricação nacional do rastreador no futuro para atender não apenas o mercado brasileiro, mas exportar para outros países, como México, Colômbia e África do Sul.
A BWS atua desde 2013 comercializando rastreadores M2M no Brasil, acumulando 3,2 milhões de dispositivos 2G e 150 mil 4G comercializados até agora no país.
A ilustração no alto foi produzida com IA por Mobile Time