| Publicada originalmente no Teletime | A Ligga Telecom está finalizando as últimas etapas operacionais para dar entrada no Wi-Fi 6. Os primeiros pacotes de banda larga acompanhados de pontos de acesso compatíveis com a sexta geração de equipamentos devem ser lançados em até dois meses.
O planejamento foi adiantado por Marcelo Souza, CIO da Ligga Telecom, em entrevista ao Teletime nesta semana, durante o Smart City Expo Curitiba, na capital paranaense.
Inicialmente, apenas clientes de planos mais robustos devem contar com roteadores e ONTs com Wi-Fi 6. Inclusive, nesta primeira fase da rolagem, a intenção da Ligga é escoar 1 mil equipamentos para o segmento premium e clientes que têm alto consumo de banda, como gamers e profissionais que trabalham com produção e transmissão de vídeo.
“Estamos finalizando a configuração sistêmica, porque envolve uma mudança no processo operacional. Além disso, para fazer o upsell, temos que mandar um técnico retirar o equipamento em uso e instalar o novo”, disse Souza.
Atualmente, as conexões residenciais de banda larga da Ligga usam pontos de acesso de Wi-Fi 5. Segundo o diretor de TI, “a tendência é que, com o barateamento da tecnologia, todos os equipamentos sejam de Wi-Fi 6”.
Souza ainda disse que a migração para a nova geração vai ser gradual para não passar a impressão de que a empresa esteja “empurrando alguma coisa” para o cliente ou “só fazendo ele gastar mais”.
“Não é todo cliente que percebe a necessidade de ter o Wi-Fi 6. Às vezes, se ele não for um heavy user, posso dar o Wi-Fi 6 e não mudar nada na vida dele e fazê-lo achar que está gastando mais”, avaliou o diretor da Ligga.
IA para monitoração da rede da Ligga
A operadora também está aplicando inteligência artificial em suas operações para reduzir custos e aumentar a satisfação do cliente com o serviço de banda larga.
No caso, a Ligga adotou uma solução de ACS (sistema de autoconfiguração, na sigla em inglês), da Anlix, uma empresa encubada no Rio de Janeiro.
O recurso, em linhas gerais, permite que a operadora amplie a monitoração da rede na casa do cliente, identificando as condições do sinal de Wi-Fi nos dispositivos do assinante, e não apenas no modem ou na ONT.
“A maior parte das percepções de baixa qualidade pelo cliente não é no sinal que chega à ONT, mas do Wi-Fi”, disse o executivo.
Além disso, a Ligga tem usado um algoritmo de machine learning para acompanhar o funcionamento da rede doméstica. A ferramenta já está em uso pelo call center.
Desse modo, caso o assinante entre em contato relatando alguma falha de sinal, o atendente pode recorrer à aplicação para identificar quais dispositivos não estão bem conectados ao Wi-Fi. Com isso, o problema pode ser resolvido sem a necessidade de intervenção de um técnico.
A expectativa é de que a IA fique ainda mais capacitada para resolução de problemas de forma preditiva à medida que seja treinada. “Nas próximas etapas do projeto, vamos disponibilizar isso que a IA está vendo no nosso app, para que o próprio cliente consiga fazer testes e tenha uma experiência melhor. A intenção é diminuir o quanto ele precisa interagir com a gente para chegar a uma solução”, explicou Souza.
O jornalista viajou a Curitiba a convite de Ligga.