A Ford comprou a Estação Central de Michigan, em Detroit, para transformá-la em um centro de inovação voltado para o futuro do transporte. A proposta é que o prédio histórico de dezoito andares, inaugurado em 1913, seja o campus para o desenvolvimento de veículos elétricos e autônomos. Ali, a montadora e seus parceiros também pensam em criar um novo sistema operacional de transporte, com o intuito de tornar a mobilidade mais acessível com o uso de veículos, vias e estacionamentos inteligentes e conectados.
A Ford desenvolve um sistema de mobilidade baseado na nuvem, uma plataforma aberta que gerencia o fluxo de informações e transações entre diferentes serviços.
Além da estação, a empresa também comprou a antiga Biblioteca da Rede Pública de Ensino de Detroit, um terreno de 2 hectares, instalações de uma antiga indústria e uma fábrica restaurada, que agora abriga as equipes de desenvolvimento de veículos elétricos e autônomos da marca.
A Estação Central de Michigan será redesenhada nos próximos três a quatro anos para atrair talentos do setor de alta tecnologia e se transformar em uma atração regional com escritórios modernos, lojas, restaurantes e residências. A área do campus terá aproximadamente 112 mil metros quadrados e, até 2022, a empresa planeja ter cerca de 2.500 empregados no local, a maioria da equipe de mobilidade. Haverá também espaço para acomodar 2.500 funcionários de parceiros e de outros negócios.
Curiosidade
Depois do anúncio da compra do prédio pela Ford, a montadora recebeu dúzias de telefonemas a respeito de artefatos históricos da construção que se perderam ao longo dos anos. A estação, que fechou em 1988, foi dilapidada, mas a empresa recebeu o retorno de um relógio do prédio roubado, além de ofertas de devoluções de objetos como um medalhão de gesso de flores original para o depósito de trem. Houve também ligações sobre luzes e até de uma fonte original perdida num depósito. De acordo com o site Detroit Free Pass, a Ford está compilando uma lista de itens que podem ser devolvidos e planejando validar a autenticidade, e arquitetos e especialistas em restauração estão dispostos a ajudar.