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Avatares tirando uma selfie em uma praia no mundo virtual Avakin Life

O Brasil é o país com a maior quantidade de usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês) do Avakin Life (Android, iOS), um mundo virtual em 3D onde as pessoas criam um avatar e interagem com outros, o que o torna uma espécie de plataforma social. Do total de 7 milhões de MAUs do Avakin Life no mundo, 2 milhões estão no Brasil. Por conta do sucesso, a desenvolvedora, uma empresa britânica chamada Lockwood, está apostando na criação conteúdo e experiências voltadas para o público brasileiro, assim como parcerias com marcas nacionais e, eventualmente, até mesmo a abertura de um escritório aqui. A expectativa é dobrar a base de MAUs no ano que vem, chegando a 14 milhões no mundo, dos quais 4 milhões no Brasil.

“A longo prazo, quero que todo mundo conheça a marca Avakin Life no Brasil. Para isso, precisamos de presença local. Estamos buscando parcerias no País”, conta o CMO da Lockwood, Oliver Kern, em entrevista a Mobile Time nesta semana. O executivo veio ao Brasil para participar do seminário de jogos independentes BIG, em São Paulo.

Social

No Avakin Life, depois de construir seu personagem, o usuário pode navegar por espaços públicos, onde interage com os avatares criados por outras pessoas que falam a sua língua. Os espaços são sempre locais de lazer, como um hotel, uma boate, um spa, um shopping center, uma praia etc.

É possível conversar por texto em grupo, como em um fórum do qual participam todos que estão naquele espaço virtual, ou em privado com algum outro jogador que esteja virtualmente ali.

70% da base de usuários são mulheres com idades entre 15 e 30 anos. “Há muitas amizades construídas lá dentro. Há pessoas que se encontram diariamente no Avakin Life e desenvolvem relações fortes”, relata Kern, ressaltando, contudo, que não se trata de um app de paquera. Por sinal, há um monitoramento contínuo das conversas para evitar conteúdo ofensivo, seja de sexo ou violência. Quem descumpre as regras é banido.

Modelo de negócios

A monetização vem através da venda de itens para customizar o avatar. É possível comprar roupas, adereços, tatuagens, penteados e até bichos de estimação virtuais. Também são vendidas habilidades especiais para serem executadas pelo personagem, como passos de dança. Recentemente foram criados alguns conteúdos com foco no público brasileiro, como um espaço público para festa junina com comidas típicas – que também são vendidas – e um hotel na Amazônia. Há mais de 20 mil itens diferentes à venda para a customização dos personagens. Os mais caros são espaços privados, como casas e apartamentos próprios dentro do jogo. As compras são feitas com uma moeda virtual chamada Avacoin, que é adquirida através de compras in-app. O Avakin Life está entre os 15 jogos de Android que mais geram receita no Brasil.

Há presença de marcas dentro do jogo, sendo possível comprar versões virtuais de produtos, como um tênis da Nike. E, se quiser, o usuário é levado por um link para uma página na web para comprar o produto de verdade. Neste caso, se a venda acontecer, a Lockwood recebe um pequeno percentual, como em uma rede de afiliados.

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Oliver Kern, CMO da Lockwood, durante visita ao Brasil em busca de parcerias para Avakin Life

Second Life

O Avakin Life foi lançado em 2014 – depois, portanto, do boom em torno de outro mundo virtual, o Second Life. Kern relata o que aprendeu ao longo desses cinco anos: “Aprendemos, por exemplo, que o jogo não pode ser muito complexo. O Second Life, por exemplo, focou muito no mundo virtual e não na interação entre as pessoas, que é a principal motivação para estarem ali. Outra coisa que aprendemos: a quantidade de conteúdo que as pessoas conseguem consumir é infinito. Precisamos constantemente criar novos conteúdos.” Ele também reforça a importância de o arquivo ser leve, para que possa ser jogado em smartphones de entrada, muito usados em mercados emergentes, como o Brasil.

 

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