Fornecedores pedem foco em casos de uso para aplicações de missão crítica e mix de tecnologias em redes celulares privativas. Executivos de Khomp e Tropico defenderam que ao implementar uma RCP as empresas devem levar em conta a necessidade do cliente, mentalidade que deve ser permeada pelo ecossistema como um todo, inclusive com integradores e parceiros de tecnologia.
Durante o MPN Forum, evento organizado por Mobile Time nesta quinta-feira, 27, em São Paulo, Marcos Biazotto, gerente de contas da Tropico, afirmou que o “cliente não quer comprar uma rede privativa”, mas busca por “aplicações que aumentem a produtividade”, além de melhorar a comunicação e a segurança dos colaboradores. Especialmente, em aplicações de missão crítica.
Também reforçou que as empresas não podem focar em uma única tecnologia ou em uma única frequência, mas devem escolher essas soluções com base em suas necessidades. Um trabalho que deve ser feito junto ao integrador que implementa a rede.
“Além de tecnologia, é preciso escolher um integrador adequado. Alguém que tenha capacidade de fazer o projeto, a implementação, o suporte e o atendimento, além de disponibilizar ferramentas para não olhar só o core e RAN de rede, mas a infraestrutura como um todo”, completou o gerente, ao dar o exemplo de religadores e smart meters em utilities de energia.
Tecnologias
Jeremias Neves, diretor de vendas IoT da Khomp, afirmou que redes privativas não são uma construção apenas de 4G e 5G, mas que há outras opções como NB-IoT e LoraWAN. Também acredita que é possível coexistir a utilização de rede pública celular e a rede privativa celular.
Mas para chegar nesta visão, o executivo explicou que é preciso uma mudança de pensamento pelo ecossistema: “O principal desafio que entendo é conseguir quebrar um pouco a barreira de tecnologia e voltar à visão do business. Qual o valor agregado? O que estou entregando? Quebrar o paradigma de tecnologia e conectividade e levar a solução ao cliente é um trabalho difícil. Os integradores precisam oferecer (redes privativas) pelo lado da solução, não pela venda do equipamento”, disse.
Neves explicou que a questão principal não é ofertar infraestrutura de redes privativas para os clientes em potencial, mas mostrar soluções. Afirmou que, a partir da oferta de solução, os integradores conseguem apresentar um plano de negócios e podem até agregar outras soluções: “A partir dessa visão fica fácil habilitar a construção de infraestrutura”, concluiu, ao dar o exemplo do agronegócio e das aplicações.
Imagem principal: Marcos Biazotto, gerente de contas da Tropico (crédito: Marcos Mesquita/Mobile Time)