| Publicada originalmente no Teletime | Avançada na estratégia de redes privativas, a Nokia conquistou contratos recentes para oferta do serviço nos segmentos portuário, de manufatura e mineração. Com o incremento do 5G, a fornecedora vislumbra a demanda B2B superando até mesmo a de consumo.

O cenário foi traçado pelo diretor de tecnologia (CTO) da Nokia, Wilson Cardoso. “Não temos dúvida de que as redes privativas têm potencial muito maior que redes de consumidores. Hoje existem 8 milhões de estações radiobase no mundo, e para redes privativas vamos ter duas vezes mais que isso, não só em torres enormes, mas cerca de 16 milhões de pontos atendendo empresas”.

Durante o Furukawa Summit 2022 realizado nesta semana em Atibaia (SP), Cardoso revelou dois contratos no segmento portuário como novos movimentos na empresa. Um deles envolve terminais para uma das operadoras do Porto de Santos e o outro, um projeto para automação completa do Porto de Paranaguá (PR). As duas iniciativas já pressupõem migração para o 5G e a participação de operadoras parceiras (ainda não reveladas).

A estratégia é distinta da anunciada recentemente ao lado da Flex, que terá rede privativa 5G standalone implementada pela Nokia. Além de plataforma de conectividade sob demanda, a empresa de eletrônicos vai adotar aplicações de computação de borda (edge) e gêmeos digitais.

“O da Flex foi um dos poucos projetos diretos que fizemos, a exemplo da WEG“, notou Cardoso. “É uma decisão estratégica do cliente final que sente ter capacidade de operação e administração, com o conceito de manter todas as informações dentro de casa”.

Outro segmento apontado pelo executivo foi a mineração, onde Cardoso faz um balanço de 14 cases diferentes de redes privativas com participação da Nokia ao lado mineradoras da América Latina (o mais recente no México). O mercado de óleo e gás foi mais um apontado como de grande potencial.

“Tem perspectiva de plataformas da Petrobras e outras exploradoras de petróleo e se vislumbra futuros projetos de hidrogênio verde no Norte e Nordeste do Brasil”, apontou Cardoso, em conversa com jornalistas.

Ainda assim, a disponibilidade de dispositivos ainda é um ponto de atenção e justificaria o início tímido das redes privativas em 3,7 GHz, como apontado pela Anatel. “A quantidade de dispositivos em 5G é muito pequena, nos nossos projetos estamos trazendo dispositivos de fora e esse é o grande hiato. Não é problema só do Brasil, mas global”, afirmou Cardoso.

Mesmo com foco declarado no segmento corporativo, a Nokia também reporta atuação na implementação de redes 5G para consumo. A finlandesa fornece core de rede para a Vivo e tem atendido TIM e Claro no lançamento do serviço em algumas das primeiras cidades, segundo Cardoso.

 

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