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A fábrica da Stellantis na cidade de Goiana/PE é a primeira do setor automotivo na América Latina a contar com uma solução em rede de quinta geração (5G) de telefonia celular. A TIM levou cobertura com essa tecnologia para a unidade fabril através de duas torres externas usando a frequência de 3,5 GHz, cedida em caráter de teste pela Anatel, e equipamentos da Huawei em release 16 standalone.

O primeiro caso de uso consiste em uma solução de controle de qualidade na aplicação de emblemas nos automóveis produzidos. Uma câmera acompanha o processo e transmite as imagens pela rede 5G para que sejam analisadas em poucos milissegundos por um software de visão computacional, informando se foram utilizados os emblemas corretos. A solução foi desenhada em parceria com a Accenture.

“Em Goiana fabricamos apenas quatro modelos (Jeep Commander, Compass, Renegade e Toro), mas eles somam mais de 100 variações. Um processo crítico é a fixação de emblemas no carro. Dependendo da versão ou do modelo pode ser o mesmo emblema, mas com cor diferente. É um processo suscetível a falhas. Com a solução que implementamos, a câmera verifica se a sigla está correta. A resposta é rápida e precisa. Com a automatização, eliminamos o risco de mandar um produto com a sigla errada”, disse André Souza, CIO do grupo Stellantis para a América Latina.

Foram listados outras 20 possíveis aplicações futuras com 5G na unidade fabril, das quais seis estão sendo avaliadas mais objetivamente para implementação próxima. Uma delas envolve a área de logística, especialmente a automação de veículos industriais. 

Paulo Tavares, diretor da Accenture, estima que, em média, o setor manufatureiro consegue aumentar de 20% a 30% a sua produtividade e em até 30% a sua eficiência com a adoção de soluções em 5G.

Souza, da Stellantis, recordou que em 2012, quando a fábrica pernambucana estava sendo construída, não havia nem cobertura 2G na região: “Em 2012 não tinha antena de celular em Goiana. Tivemos que levar e cabear a planta inteira”. 

A Stellantis pretende levar o 5G para outras unidades fabris, mas não revelou quais. “Não vamos parar em Goiana”, disse o executivo.

Futuro

Para o futuro, é esperado que a cobertura 5G da TIM seja ampliada para toda a fábrica de Goiana e seu entorno. A operadora e a Accenture planejam também adotar uma arquitetura de edge computing, levando o processamento de dados para a borda da rede, reduzindo ainda mais a latência, informou o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville. Além disso, está nos planos da companhia a adoção do conceito de fatiamento de rede no 5G, o que permitirá segmentar parte da capacidade de tráfego para aplicações específicas.

 

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