O crescimento rápido de aplicações e casos de uso com inteligência artificial generativa trará a necessidade de empresas usarem uma infraestrutura mais robusta, como as “fábricas de IAs” (AI factories, no original em inglês). Segundo Marcel Saraiva, gerente de vendas enterprise da NVIDIA, essas unidades estarão antes das nuvens e tem como diferencial criar aplicações de IA generativa em tempo real.

“Essa é uma tendência que vemos hoje. Mas não é um investimento barato. Uma fábrica dessa custa em média US$ 100 milhões”, disse Saraiva em conversa com Mobile Time nesta sexta-feira, 27, após apresentação em evento no Cubo nesta sexta-feira, 27.

A ideia dessas fábricas de IA é que os grandes dados e informações entram, são processados e do outro lado sai uma outra aplicação. Mas para isso as AI fabrics vão precisar de mão de obra qualificada. É o caso da Infosys: a empresa de consultoria indiana quer treinar 50 mil profissionais para lidar com sistemas e ferramentas de GPUs.

Ao contrário do chavão criado pelo mercado que essas fábricas são ‘grandes datacenters‘, as factories são ‘supercomputadores sob demanda’. Basicamente, a diferença da fábrica de IA para a atual estrutura de cloud computing é a robustez do hardware e a mudança no modelo de negócio. Se no cloud computing a cobrança é por dado consumido em um determinado período, nas AI factories o que rege seus custos são as unidades de processamento gráfico (GPU) de alta performance.

A cobrança, então, é por uso das placas GPU e não por dado consumido, uma vez que são milhares de placas interconectadas que processam petabytes para criar as aplicações de IA generativa. Por sua vez, as nuvens tradicionais seguem em um segundo momento, de escalar e colocar à disposição dos clientes e da sociedade as aplicações de IA generativa.

“Essa é uma tendência que vemos hoje. Mas não é um investimento barato. Uma fábrica dessa custa em média US$ 100 milhões”, disse Saraiva em conversa com Mobile Time nesta sexta-feira, 27, após apresentação em evento no Cubo nesta sexta-feira, 27.

O gerente de vendas da NVIDIA afirmou ainda que a ideia dessas fábricas de IA é que os grandes dados e informações entram, são processados e do outro lado sai uma outra aplicação. Mas para isso as AI fabrics vão precisar de mão de obra qualificada. É o caso da Infosys: a empresa de consultoria indiana quer treinar 50 mil profissionais para lidar com sistemas e ferramentas de GPUs.

Exemplos

O executivo ressaltou que o tema não é novo. De fato, o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, apresentou esse conceito no evento principal da companhia ano passado, o NVIDIA GTC. Desde então, uma série de parceiros da NVIDIA vem investindo em suas fábricas de IA. O gerente da NVIDIA deu como exemplos a CoreWeave, uma empresa que se apresenta como ‘GPU Cloud’ e tem um modelo de negócios que começa em US$ 2,23 a hora da placa; a Foxconn, que deve desenvolver algumas dessas fábricas; e empresas que entregam aplicações, como Getty Images para entregar imagens com IA generativa e ServiceNow com automação de processos corportivos.

Brasil

Neste universo, o Brasil ainda não tem casos de uso ou fábricas de IA. Mas o especialista da NVIDIA acredita que o País tem potencial para ter essas unidades fabris, uma vez que diferentemente do mercado norte-americano, a energia é barata. Por outro lado, o desafio citado é nos servidores e supercomputadores que ainda são caros para trazer do exterior. Mas Saraiva acredita que isso pode fomentar a indústria nacional, seja com players de fora que fabricam aqui, como Lenovo e Dell, ou com empresas locais, como a Positivo.

Imagem principal: Marcel Saraiva, gerente de vendas da NVIDIA (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)