A relação entre a próxima geração de Internet das Coisas (IoT) e a produção de memórias é bem estreita. É o que acredita a Smart, como revelou o diretor-presidente da companhia, Rogério Nunes, em conversa com Mobile Time nesta terça-feira, 27: “A tecnologia de bateria e memória é que o liderará o futuro para nós em IoT”.

“Temos o olho no futuro da Internet das Coisas. Consigo montar chips SIPs para IoT, levando circuito integrado de comunicação e memória”, completou o executivo. “Desde o ano passado já produzimos aqui Wi-Fi e Bluetooth para notebooks. Além de energia – com baterias para dispositivos conectados – também queremos expandir em módulos que terão armazenamento de memória para IoT, seja com Wi-Fi/Bluetooth mais LORA, 3G, 4G ou 5G. Isso entrará em produção em 2019”, informou.

Com 150 milhões de chips produzidos no Brasil em 2017, a companhia norte-americana usará como porta de entrada na IoT brasileira o seu conhecimento em produção de baterias lítio e em chips encapsulados. Os planos da companhia para IoT no Brasil têm como base um investimento de R$ 700 milhões que a empresa fará até 2021.

“Estimamos que o mercado de semicondutores seja de R$ 11 bilhões. No mundo, estamos falando de um mercado de US$ 420 bilhões”, disse Nunes ao citar dados da Abinee. “Por isso é um mercado que o Brasil não pode ficar de fora”.

Horizonte

Questionado em quais áreas da Internet das Coisas ele acredita que suas soluções podem ter melhor receptividade, o presidente da Smart não quis fazer nenhuma aposta específica. Inclusive, lembrou que está participando com seis projetos – junto com institutos de pesquisa – para receber aporte do BNDES no edital para IoT. Esses planos incluem o fornecimento de alguns componentes para criação de módulo IoT, seja memória, bateria, módulo de memória ou todos.

Além de baterias e SIPs para IoT, a Smart também pretende apostar em baterias estacionárias para veículos elétricos. Um mercado que, segundo Nunes, chegará a 12 bilhões de unidades vendidas em cinco anos no mundo. “Nesse tempo, teremos um crescimento exponencial em bateria veicular e queremos estar preparados para isso”, completa. “Estamos diversificando. Hoje, o smartphone (memórias encapsuladas) ainda cresce, mas é estável”.

Base

Desde 2002 no País, a empresa fechou 2017 com quase 50% das vendas de memória para PCs (Desktops, servidores, notebooks e All-in-ones) e um terço do mercado de mobile memory. Sua estrutura no país consiste da produção de baterias para smartphones (inaugurada nesta terça-feira), encapsulamento de memória mobile, além de módulos e memórias para PCs.

“Eu costumo lembrar aos meus funcionários que um em cada três smartphones tem uma memória nossa. Atualmente, nosso principal mercado é o de smartphones. Computadores vêm em seguida”, disse Nunes durante um tour de demonstração da fábrica. Entre os principais clientes estão os grandes líderes do mercado, como Samsung, Motorola, LG e Positivo.

Em sua sede em Atibaia, cidade a 96 km de São Paulo, a unidade fabril possui 15 mil metros quadrados. Apenas a área de produção de baterias lítio possui 2,5 mil metros quadrados, cinco vezes maior que sua planta original de 2002. A operação brasileira conta com 700 funcionários (200 engenheiros e técnicos), sendo 65% são mulheres.

“Quando começamos, éramos uma fábrica de 500 metros quadrados e produzíamos módulos de memórias de 16 MB. Hoje nós produzimos memórias de 64 GB e estamos em uma área de 15 mil metros quadrados, sendo que 5 mil são de clean room (área climatizada para a produção de chips)”, explicou o presidente.

No mundo, o seu faturamento foi de US$ 1,3 bilhão em 2017. Além do Brasil, a companhia tem fábricas nos Estados Unidos e na Coreia do Sul.

 

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