A Wil (Android, iOS), startup focada em serviços de monitoramento móvel de obras, conta atualmente com 19 mil usuários parceiros, sendo 15 mil deles são Wilys (pessoas que vão ao local e vistoriam com o app e celular) e 3,9 mil pilotos que vistoriam com drones (Wil Fly).

Até o final de 2024, 96% da rede possuía dispositivos Android e 35% ficava ativa mensalmente.

Wil: como funciona

A companhia coloca sua rede de usuários à disposição das utilities (saneamento básico, energia, telecomunicações, gás, prefeituras para zeladoria e asfalto), além de concessionárias de rodovias e construtoras. Os usuários cadastrados podem fazer vistorias estruturais e operacionais, como análises em encanamento de água e esgoto, asfalto, pavimento de calçada, iluminação pública, fiação térrea de energia elétrica, assim como obras e construções em prédios.

O modelo de negócios da startup é de intermediação. Ou seja, a empresa contratante aciona a Wil, a companhia faz uma filtragem por localização, envia a notificação push e após confirmar manda a ordem de serviço. A ideia é que a pessoa da base da Wil se desloque a pé para fazer a vistoria com fotos tiradas com a câmera do celular e relatório via app.

“Os Wilys são atraídos com viés de renda extra. O digital vende fácil nesse caso. Varia pelo nível de bairro e quarteirões. Nós os adquirimos pelos canais de marketing, fazem o onboarding e começam a atuar”, disse o diretor de operações da Wil, Augusto Neto. “As remunerações são calculadas usando inteligência artificial (avalia oferta, demanda, chovendo ou não, demanda na área) e podem variar de R$ 4 a R$ 50”, detalhou.

A média mensal de ganho de um Wily é de R$ 520. Mas para quem faz vistorias toda semana pode chegar a R$ 1,2 mil e, para quem faz todo dia, R$ 4 mil. Cada vistoria dura cerca de 15 minutos. Para o Wil Fly, o ganho médio é de R$ 1,6 mil por mês. Demora em média 1h30 por precisar realizar mais capturas de imagens e geoprocessamento.

Empresas

Com clientes como Sabesp, Cedae, Comgás e Rio+Saneamento, o diretor de operações Augusto Neto, explicou que o foco principal de seu negócio são as utilities, pois a demanda com eles é contínua, seja em drone ou usuários. Por outro lado, o mercado de construção civil e rodovias, assim como parques solares e eólicos em energia, há opção de recorrência nas vistorias – mas essas geralmente são realizadas com drones. A maioria desses contratos vem por meio de RFP (pública ou privada) baseado em contratos anuais ou um total de vistorias anuais.

A Wil ainda realiza provas de conceito para testar a viabilidade da tecnologia.

Atualmente funcionando em 41 cidades, como a região metropolitana e litoral de São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro, a Wil tem um plano de expansão de longo prazo para 97 cidades brasileiras (com mais de 300 mil habitantes) e 24 capitais.

Próximos passos

Neto confirmou ainda que estão testando, desde maio de 2024, a sua própria inteligência artificial para a vistoria: “Como é nossa primeira versão, nós usamos alguns conjuntos de IA, ML e IA generativa. Precisamos fazer um LLM, em conjunto com uma empresa (ainda não confirmada)”, detalhou.

O projeto é dividido em três fases: padrões de imagens; trazer medição e avaliação de materiais: “Queremos avançar na concepção de IA para ter mais inteligência e escala, inclusive no atendimento. Pretendemos criar outros tipos de vistorias, como comercial e financeiro”, completou.

O executivo reforça que a Wil tem um papel  ESG, uma vez que contribui para a distribuição de renda, ao trazer mais pessoas para a economia, de vulneráveis até classe B.

“Fazemos pesquisas periódicas para entender como eles usam esses recursos. Geralmente é para comida e pagar conta”, detalhou Neto, além de afirmar que a Wil também colabora para a redução da pegada de carbono. “E tem a parte de tirar o veículo de fiscais da rua. Tanto que no futuro vamos gerar certificação de quanto a empresa deixa de emitir CO². Hoje 180 toneladas de CO² que deixaram de ser emitidas (dados internos)”, concluiu.

Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA

 

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