Os sucessivos anos de crise, dispositivos com valores acima de R$ 10 mil e até o consumo responsável podem colaborar para o crescimento das vendas de smartphones de seminovos (recondicionados). Em conversa recente com Mobile Time, Guillermo Freire, CEO e cofundador da Trocafone, compartilhou um pouco da sua visão do mercado de handsets usados.
Franco acredita que é possível que os dispositivos seminovos alcancem uma fatia relevante no mercado, em pouco tempo: “O mercado de recondicionados representa 25% nos Estados Unidos. Lá, em 2018, foram vendidos 160 milhões de novos handsets e 50 milhões de usados. No Brasil, o potencial é imenso. Pode chegar a 20% nos próximos anos ao atrair usuários que não têm dinheiro suficiente para comprar um smartphone robusto – iPhone ou Galaxy S – ou usuários novos”.
O executivo ainda lembrou que, ao longo de 2018, o mercado brasileiro ganhou aproximadamente 45 milhões de smartphones novos. Para ele, o fato de que muito desses donos de novos dispositivos tinham um outro aparelho, mostra que faltam canais para escoar os handsets antigos.
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Guilhermo Freire, CEO da Trocafone
“A Trocafone começou em 2014, no pior ano da crise, quando US$ 1 equivalia a R$ 4. Entendemos que a crise é um fator revelante, mas (o negócio) funciona bem mesmo sem a crise. É a mesma coisa com carros usados. Tem também o lado de consumo responsável”, explicou.
“É importante entender que vai crescer aceleradamente e que agora, por exemplo, marcas como Asus e Samsung estão olhando esse mercado (de seminovos) com bons olhos. Através de um seminovo, eles conseguem chegar a um cliente que não tinha capital para comprar”.
Expansão
Para 2019, o CEO confirmou uma expansão de sua operação para outros países da América Latina: “Já estamos na Argentina e na Rússia, e agora vamos para Colômbia, Peru e México”.
Freire explicou que optou por expandir a área de recondicionamento, passando a atuar também nos segmentos de smartwatches e notebooks e não apenas em smartphones e tablets. Lembrou do recorde de vendas de 550 mil smartphones no Brasil obtidos em quatro anos de operação, e mais de 1 milhão de handsets se somado com as operações russas e argentinas.
Oportunidades
No final de 2018, Mobile Time observou que um dos quiosques da Trocafone estava vendendo handsets novos. Na ocasião, a marca oferecia modelos novos do Zenfone Max Pro M1 da Asus junto aos recondicionados. Questionado se isso será uma tendência para 2019, o executivo disse que não. Ele explicou que foi um lote que recebeu de algumas marcas com dispositivos novos.
A Trocafone não pretende expandir sua rede de quiosques. Com nove unidades no estado de São Paulo, o CEO enfatizou que o objetivo da sua operação agora é crescer por meio de seu e-commerce.