O Telegram foi retirado nesta sexta-feira, 28, das versões brasileiras das lojas de aplicativos Google Play e App Store, de dispositivos Android e iOS, respectivamente. A medida, tomada por Google e Apple, ocorreu dois dias depois de o serviço de mensageria ter sido suspenso no Brasil, na última quarta-feira, 26.
Usuários que possuem o aplicativo instalado no celular ainda conseguem acessá-lo, mas não é possível enviar e receber mensagens. O acesso aos servidores do Telegram foi interrompido na noite de quarta-feira. No entanto, até quinta-feira, 27, ele ainda não havia sido retirado das lojas de aplicativos.
Desde a suspensão do serviço, alguns usuários no Twitter têm relatado conseguir utilizar o aplicativo normalmente até a noite desta sexta-feira. Confira:
Meu telegram tá pleno e funcionando até agora não sei como
— Villar (@ViVillar_) April 28, 2023
Meu telegram ainda ta funcionando kk
— Rafael (@Rafael_aquino96) April 28, 2023
muito curioso que meu tá telegram funcionando normalmente EXCETO quando tô usando a 4g ????? não entendi
— ? ? ? ? ?l?nn. (@fawrity) April 28, 2023
o telegram continua funcionando normalmente aqui ue
— Porry, the hybrid baby (@porryhb) April 28, 2023
o meu telegram só tá funcionando com wifi kkkkkk
— Mr. Suehtam (@MrSuehtam) April 28, 2023
Gente meu Telegram tá funcionando. Isso de que ele foi banido é fake news?
— kinha (@YankaOliveira) April 28, 2023
Oxe, meu Telegram tá funcionando normal, como está o de vcs?#telegram #Telegramlink
— Mila Brito (@milocahh) April 28, 2023
Claro, Oi, TIM e Vivo foram notificadas pela Justiça Federal do Espírito Santo para aplicar a suspensão. A Conexis, entidade que representa as empresas, foi procurada pela reportagem, mas não retornou aos questionamentos para explicar por que o serviço consegue ser usado por algumas pessoas.
O Google disse que não comentará o caso. Procurada, a Apple não se manifestou.
Entenda
O aplicativo foi suspenso depois de não colaborar em uma investigação da Polícia Federal (PF). O Telegram entregou parcialmente informações solicitadas pela corporação sobre integrantes de um grupo e canal neonazistas hospedados na plataforma, dos quais participava o autor do ataque à escola em Aracruz/ES, no fim de 2022.
O CEO e fundador do app, o russo Pavel Durov, veio a público, na quinta-feira, para falar sobre o posicionamento da plataforma, que está recorrendo da decisão. “No Brasil, um tribunal solicitou dados que são tecnologicamente impossíveis de obter. Estamos recorrendo da decisão e aguardamos a resolução final. Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada”, afirmou.
Durov também ameaçou tirar o Telegram do mercado brasileiro, caso as leis do País imponham “requisitos tecnologicamente inviáveis” ou sejam um obstáculo à missão do aplicativo de “preservar a privacidade e a liberdade de expressão ao redor do mundo”. Ele disse que o aplicativo já foi bloqueado anteriormente em países como China, Irã e Rússia.