Embora o governo tenha anunciado o fim da greve com a assinatura da redução do diesel pelo Presidente Michel Temer no Diário Oficial da União, a paralisação durará por pelo menos mais um dia. Mobile Time conversou novamente com Wagner Costa, CEO da Pra Caminhão (Android) e empresário do setor de fretes, nesta segunda-feira, 28. Ele alerta que, em conversa com os líderes do movimento grevista ligados à Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), em Goiânia, Goiás, a paralisação continua até a votação do corte de preço do insumo no Senado Federal.
“Os motoristas estão esperando a votação no Senado. O governo não tem crédito com o caminhoneiro”, afirmou o executivo. “Não adianta só assinar e publicar no Diário Oficial. Tem que ter a votação no Senado amanhã”.
Farias afirma ainda que suas operações de frete e do app de conveniências aos motoristas estão congeladas. O executivo culpa os senadores por grande parte da atual crise. Para ele, o fato de os parlamentares não terem votado a redução do preço do combustível na última semana colaborou para estender e agravar a crise nas cidades do Brasil.
“Se os governantes quisessem agir com rapidez, eles não teriam voltado para suas casas na quarta e quinta-feira”, disse o CEO. “Essa conta é dos senadores. Não é culpa apenas do Temer”.
As empresas Cargo X e TruckPad também foram procuradas para darem seus posicionamentos. No entanto, as duas companhias não responderam até o final desta reportagem.
Leve recuperação
Mesmo com a paralisação continuando em diversas cidades do País, alguns profissionais já estão voltando às estradas. É o que relatou Frederico Menegatti, CEO da Getrak. Em conversa com esta publicação, o gestor da empresa de monitoramento de frotas de caminhão relatou que 20% dos 180 mil caminhões monitorados por sua empresa voltaram às suas circulações normais, comparado com médias históricas de uma semana antes da crise. “Apenas nas 12 primeiras horas desta segunda, já deu todo tráfego da sexta-feira passada (20%)”, disse Menegatti. “Os caminhoneiros começaram a recuperar viagens na sexta. Mas ainda está bem abaixo da média histórica”.
Apps de transporte individual
Entre os aplicativos de transporte individual, o 99 foi o que tomou mais iniciativas para minimizar os efeitos da crise. Em comunicado enviado à imprensa, a companhia descreve o que fez: “A 99 observa com atenção a evolução do quadro desencadeado pela paralisação dos caminhoneiros e informa que adotou medidas para amenizar os impactos provocados pela crise de abastecimento que afeta todo o Brasil. Entre elas, está a definição de um teto no Preço Variável em cidades de todo o país. Com a iniciativa, esperamos equilibrar a oferta e a demanda de carros particulares (Pop) sem incorrer em preços atípicos. Também realizaremos hoje mais uma edição especial da Rádio 99, das 17h às 19h, com informações e dicas de onde encontrar combustível, as condições do trânsito e as últimas notícias que influenciam o tráfego nas nove principais cidades onde a 99 opera. O plantão de comunicação, criado na última sexta-feira (25), contou com a participação de mais 32 mil motoristas parceiros em todo o Brasil.”
A assessoria de comunicação da Uber disse que seus serviços não foram afetados e que as operações continuam normais. Perguntada sobre aumento do preço dinâmico, a assessoria disse apenas que é normal em alguns pontos com muita demanda isso acontecer.
O Cabify disse não haver novidades. O último posicionamento da empresa, divulgado na última quinta-feira, 24, informou que alteraram “a tarifa mínima de determinadas cidades para reduzir o impacto gerado pela alta dos combustíveis por período indeterminado”.