O Ebanx quer ser o “líder de pagamentos de empresas globais na América Latina”. Quem afirma é o sócio e CMO da fintech, André Boaventura, em conversa com Mobile Time. Para isso, a empresa expande para a América Central e lança novos produtos.
“Queremos realmente ser o grande player dessa região. Índia, África do Sul e Rússia são similares ao Brasil (e têm sinergia) em pagamentos. Agora, mercados mais maduros, como Estados Unidos e Reino Unido, são bem diferentes. Mas a nossa sensação é que tem muito espaço na América Latina e pouca gente dando o devido valor ao continente”, explica Boaventura, sobre priorizar a região. “Quando vamos para Honduras e Guatemala, por exemplo, sempre nos propomos em ser esse ‘evangelista’. Winner takes it all. Na América Latina é tudo mesmo, pois consegue lealdade dos consumidores”, completou.
Boaventura lembra que o mercado de e-commerce na América Latina ainda tem baixa penetração no comércio em geral, cerca de 8%. Mas com a expansão da Internet e de serviços de logística, há muito espaço para crescimento. “É possível que dobre de tamanho em poucos anos na região”, prevê o executivo.
Na última segunda-feira, 25, o Ebanx avançou nesta etapa de liderar o mercado latino-americano com o lançamento do Ebanx One, uma plataforma de pagamento única que permite a empresas (locais ou internacionais) se conectarem a centenas de métodos de pagamento. Com isso, uma empresa local pode vender em moeda local e receber o líquido das transações em dólar ou renminbi, por exemplo.
Carteira de clientes
O Ebanx trabalha em diferentes setores na América Latina: serviços digitais (digital goods, no inglês), como lojas de apps, serviços de streaming, e-learning e games; SaaS, B2C e B2B; varejo; e viagens, que deve voltar a crescer aos poucos com a melhoria das condições sanitárias na região.
“Na prática, nós temos feito um trabalho muito forte na América Latina. Em 2020, fomos para o Uruguai. Agora, em 2021, América Central e Paraguai”, disse. “Ampliamos a densidade em México e Colômbia. São duas expansões, uma de footprint e outra de densidade”.
Finanças e operação
Boaventura explicou que a companhia não foi tão afetada pela pandemia em 2020. A partir de maio de 2020, registrou crescimento em compras de serviços digitais e internacionais, em especial dos seus parceiros de varejo da China, com os consumidores trocando bens eletrônicos por domésticos. Mesmo o setor de turismo voltou a registrar vendas no fim do ano, após ser fortemente afetado no começo da crise.
Sobre aquisições, o profissional explicou que é “natural olhar para oportunidades”, uma vez que “o mercado é líquido”. Mas a preferência da empresa é desenvolver tecnologias internamente. “Vão acontecer aquisições, mas gostamos de fazer os projetos em casa”, afirmou. “O mercado de fintechs tem oportunidades interessantes, seja no Brasil ou outros países da América Latina. Sempre temos conversas. Depende de sinergia. Além disso, os sócios do Ebanx também investem em startups por meio de fundo próprio. Hoje as aquisições são pontuais”, concluiu.
A companhia anunciou recentemente a promoção de João Del Valle de COO para CEO. Com isso, o cofundador Alphonse Voight assumiu a posição de presidente executivo e passou a chefiar no conselho de administração da companhia.