A Frost & Sullivan estima que as operadoras de telecomunicações aportaram US$ 60 bilhões em infraestrutura móvel e sem fio no mundo em 2023, uma estagnação (flat) ante os aportes do ano anterior, em especial em redes públicas celulares. Divulgado pela Ericsson e pela empresa de análise de mercado nesta terça-feira, 28, o dado faz parte do relatório Frost Radar 5G Network Infraestructure 2024.
Com base em informações obtidas com mais de 100 companhias do setor, a empresa de análise de mercado acredita que parte dessa queda pode ser compensada com o avanço das redes privativas no futuro. O documento revela ainda que o mercado deve crescer em uma média anual de 2% nos próximos cinco anos. A maior parte do investimento do setor será em RAN e uma pequena parcela será em transporte e core de rede.
Também apontou que o 4G continua sendo a principal destinação de recursos, mas deve começar a cair em breve. Com o recuo do LTE, a Frost & Sullivan espera que a quinta geração das redes celulares acelere e se torne o padrão dominante no mundo. Atenta-se ainda que o 5G cresce mais rápido que o 4G, se comparado com o seu deploy uma década antes.
Por sua vez, os investimentos no 2G e 3G são limitados e estão em queda.
Pressão para crescer
Embora o 5G esteja introduzindo novas tecnologias (chipsets, handsets, estruturas de arquitetura de rede) e as promessas de crescimento entre os consumidores (B2C) e empresas (B2B), o estudo da Frost & Sullivan aponta que o setor (fornecedores e operadoras) está sofrendo uma série de pressões para crescer. Entre as forças que causam dificuldades estão:
- A necessidade de novos modelos de negócios;
- As margens dos negócios B2C seguem importantes, mas o lucro é baixo;
- Redes privativas e network slicing serão vitais para o crescimento das operadoras com B2B na era do 5G, mas poucas operadoras aderiram a esses modelos de negócios com 5G;
- A entrada de novos fornecedores de core com avanço de soluções baseadas em nuvem e abertas, além de funções indo para a ponta para reduzir a latência;
- A estratégia dos Estados Unidos para bloquear os fornecedores chineses em diversos países tem afetado primeiramente Huawei e ZTE, mas fornecedores menos tradicionais têm avançado em novos mercados, como a NEC, que começa a avançar fora do Japão e a Samsung também olhando novas geografias.
Com isso, a empresa de análise de mercado acredita que o sucesso financeiro “ainda está para ser visto”, uma vez que dependerá principalmente da forma como as operadoras rentabilizam o 5G, em especial no segmento B2B.
Liderança entre os fornecedores
Na avaliação por vendor, o radar da Frost & Sullivan considera que a Ericsson está liderando o desenvolvimento do 5G, mas está acompanhada de perto por Nokia e Huawei. O estudo considera quesitos como: receita; inovação; portfólio de produtos; escalabilidade; eficácia em pesquisa e desenvolvimento.
A companhia de análise de mercado recorda que as três empresas eram líderes no LTE e continuam a liderar a infraestrutura de rede no 5G – vide RAN, core/edge e transporte.
Logo atrás no ranking aparecem Samsung, ZTE e Mavenir. Outras empresas bem-posicionadas são Cisco, HPE e Ciena. Fujitsu e NEC também são citadas, mas em um estágio de crescimento.
Vale dizer que os cinco melhores classificados possuem juntos 85% de fatia de mercado.
Imagem principal: Arte criada por Nik Neves para Mobile Time