O advento do ChatGPT jogou luz sobre a IA generativa e fez com que empresas dos mais variados setores começassem a experimentar essa tecnologia. Com os bancos não foi diferente e os CIOs de alguns deles comentaram o assunto em painel na Febraban Tech, nesta quarta-feira, 28, em São Paulo.
“Antes de 2023, todo mundo vinha trabalhando em IA com deep learning, ou redes neurais com múltiplas camadas etc. Era para substituir o trabalho manual por automação. Não pensávamos em disrupção da criação. A IA generativa substitui o trabalho de criação”, comparou o CIO do Itaú, Ricardo Guerra.
O executivo relatou que nunca viu uma inovação ter interessado tanta gente fora do setor de tecnologia tão rapidamente quanto o ChatGPT. Geralmente acontece ao contrário: são as pessoas de tecnologia que precisam catequizar o resto da sociedade sobre alguma novidade, como cloud, blockchain etc.
Guerra enxerga oportunidades para uso de IA generativa dentro do Itaú na produção de textos jurídicos e de compliance, assim como na geração de código, mas também na criação de imagens para o design da jornada do cliente.
Por sua vez, a vice-presidente de tecnologia e digital da Caixa, Adriana Salgueiro, alertou para o risco de a IA generativa ferir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) dentro de empresas. Mas entende que essa preocupação diminuirá conforme os fornecedores desenvolverem soluções que resolvem esse problema.
Computação quântica
Depois da IA generativa, a próxima grande revolução promete ser a computação quântica. E os bancos já estão se preparando para isso. O Itaú, por exemplo, faz parte de um programa mundial de empresas parceiras da IBM que contribuem com os testes nessa tecnologia. Foi criado inclusive um cargo dentro da instituição financeira para lidar com a novidade, o de head de quantum, ocupado hoje pela executiva Samuraí Brito, que também participou de painel no evento.
“Até seis meses atrás ninguém sabia da IA generativa e de repente ela revolucionou tudo. As empresas precisam estar ‘quantum ready’. As coisas estão vindo mais rapidamente do que vinham antes”, recomendou Ana Paula Appel, cientista de dados e embaixadora de quantum da IBM.
Uma das maiores preocupações em relação à computação quântica está na segurança. Essa tecnologia será capaz de quebrar os sistemas de criptografia atuais em questão de segundos.
“Para quebrar uma criptografia RSA-240, que hoje garante a segurança da comunicação na Internet, o maior supercomputador atual levaria 300 milhões de anos. Mas um computador quântico de 4.099 bits quânticos (qubits) precisaria de apenas 10 segundos”, comparou a head de quantum do Itaú.