A Telefónica enfrentou desafios na primeira metade do ano, registrando queda no lucro e nas receitas, de acordo com o resultado financeiro da companhia espanhola divulgado nesta quinta-feira, 28. Apesar do resultado, o chairman e CEO da companhia, José Maria Alvares-Pallete afirmou que espera melhorar o fluxo de caixa e aumentar as receitas no segundo semestre. E diz que, no Brasil, o pior já passou.

"Os esforços dos anos anteriores estão começando a compensar", declarou em teleconferência para analistas ao comentar o desempenho global. Para o Brasil, a visão do CEO da Telefónica é que o cenário macroeconômico vai melhorar no segundo semestre com uma estabilização política. "Nas últimas semanas vemos tendência mais positiva no Brasil, e você vê que o Real está fortalecendo, está muito mais forte do que nos últimos 12 meses", declara. "Pela atividade comercial, achamos que o pior já passou, e, em nossa opinião, a recuperação pode ser mais rápida do que a maioria espera", diz. A companhia afirma que a Vivo é a única operadora que consegue crescer mesmo com a queda no PIB.

Ele diz que o mercado doméstico espanhol mostra uma reviravolta após dois anos de dificuldades, e que no Brasil espera crescimento de dígito duplo. Questionado se a política de distribuição de dividendos não estaria comprometendo o desempenho global, o executivo foi categórico: "Podemos mostra que (a política dos) dividendos é compatível e sustentável".

Em relação à frustração da venda da O2 no Reino Unido, Alvares-Pallete alega que agora a companhia tem uma visão mais clara do mercado. "Acreditamos que há espaço para uma marca puramente móvel", diz, relativizando a concorrência com outras teles que promovem convergência ao alegar que as empresas precisam fazer "descontos significativos" para oferecer o combo. "Vamos analisar as alternativas e os movimentos diferentes no mercado e estamos preparando a unidade para esses cenários, mas achamos que temos o melhor ativo no mercado móvel no Reino Unido."

Resultados

O lucro líquido da Telefónica caiu 54,5% no trimestre e 42,1% no semestre, totalizando 693 milhões de euros e 1,241 bilhão de euros, respectivamente. O lucro operacional antes de depreciação e amortização (OIBDA) do grupo caiu 7,1% no trimestre e 6,4% no semestre, totalizando 3,918 bilhões de euros e 7,756 bilhões de euros, respectivamente. Já o lucro operacional no trimestre foi de 1,567 bilhão de euros, 12% inferior ao período em 2015. No semestre a queda foi de 10,9%, totalizando 3,083 bilhões de euros.

A receita da controladora da Vivo no trimestre foi de 12,723 bilhões de euros, uma queda de 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado, o recuo foi de 7,1% e o total de 25,235 bilhões de euros. O impacto foi causado especialmente pelo desempenho em queda no mercado latino-americano (queda de 15,7%), sobretudo no Brasil (recuo de 11,3%), e na Alemanha (4,1%). No mercado doméstico, a Telefónica España aumentou a receita em 5,4%, totalizando 6,328 bilhões de euros.

Entre janeiro e junho, o Capex foi de 3,654 bilhões de euros, uma diminuição de 33,7%. Segundo a espanhola, o foco foi em "redes ultrarrápidas", sendo 76,5% dos investimentos destinados ao crescimento e transformação. A dívida líquida da empresa foi de 52,568 bilhões de euros em junho, ou 1,980 bilhão de euros a mais do que em março deste ano devido principalmente à remuneração de acionistas, pagamento de compromissos de previdência e investimentos.

 

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