O tíquete médio dos smartphones vendidos no Brasil no primeiro trimestre de 2016 foi 44% maior que aquele de um ano antes, tendo subido de R$ 790,52 para R$ 1.139,23, de acordo com relatório produzido pela IDC e publicado nesta quinta-feira, 28. Esse aumento se deve, em parte, pela elevação dos preços, pressionados pela inflação e pela alta do dólar, que onerou a importação de componentes para a fabricação de celulares no País.
Outro fator determinante para esse aumento foi uma mudança no perfil de consumo do brasileiro: como muitos já estão no seu segundo ou terceiro smartphone, a tendência é que a troca seja por um modelo melhor. Para se ter uma ideia, as vendas de aparelhos com preços entre R$ 1 mil e R$ 1.299 cresceram 321,9% em um ano. E a comercialização de modelos precificados acima de R$ 3 mil cresceu 110,6% no mesmo intervalo.
Esse aumento do tíquete médio conseguiu compensar, em certa medida, a queda no volume de unidades comercializadas. No primeiro trimestre, as vendas de celulares no Brasil caíram 32,9% em comparação com o mesmo período de 2015, totalizando 10,3 milhões de unidades, das quais 9,3 milhões eram smartphones (89,8% do total) e 1 milhão, feature phones (10,2%). Quando analisado separadamente cada segmento, as vendas de smartphones caíram 34,4% e as de feature phones, 15,7%, na comparação anual entre trimestres. A receita com celulares entre janeiro e março totalizou R$ 9,2 bilhões, ou 6,1% a menos que no mesmo período do ano passado, informa a IDC.
Resumo da história: por causa da crise os brasileiros estão comprando menos smartphones, mas quem compra está pagando mais caro e optando por modelos melhores.