Como será Manaus em 2025? Para responder e sugerir caminhos, a 1a Feira Polo Digital de Manaus convidou o sul-coreano que cresceu em Los Angeles e hoje mora em Hong Kong Jong Lee, também chairman e diretor administrativo da RGL Holdings, empresa de assessoria estratégica, comunicações e educação. Em sua palestra na última terça-feira, 27, Lee afirmou que a cidade pode ficar, fisicamente, exatamente como está daqui a sete anos, mas com mais dinheiro para todos. A diferença está em usar a tecnologia móvel agora na produção de software e conteúdo.
“Enquanto China e Estados Unidos brigam, o Brasil pode se aproveitar disso. O País não precisa fazer semicondutores, ou o hardware. Deixe que eles gastem o dinheiro com isso”, brinca Lee. Para o palestrante, a parte interessante da história é que o dinheiro é gasto no hardware, mas o lucro está no software. “É possível criar incríveis conteúdos. China e EUA podem brigar pelo hardware, mas o conteúdo precisa ser relevante para cada cultura. Precisa ser local. Atualmente, todos podem ser geradores e produtores de conteúdo com pouco investimento. E o governo não pode intervir”, explicou sua teoria Lee para Mobile Time.
Para o empreendedor, os smartphones estarão em desuso e, muito em breve, serão substituídos por comandos de voz. Relógios, fones de ouvidos conectados por bluetooth e alto-falantes inteligentes podem substituir os celulares. “A tela vai embora. Quando você vai para interface de voz, você não precisa da tela e, quando você precisa do vidro, você pode ter realidade aumentada. Por que preciso disso (celular)? Atualmente, tenho um smartphone caro, com um superprocessador que precisa de uma boa bateria. Mas, se não tiver uma tela e o processador estiver numa nuvem, precisarei de uma pequena bateria, mas que pode durar por dias, por exemplo. Enfim, estou imaginando coisas. Não é fantástico?”
Internet of Me
Ok, mas qual é o futuro? Internet das Coisas, então? “Não, IoT é o agora. O futuro é o Internet of Me”, explicou. Para Lee, IoMe é a capacidade de uma pessoa poder circular por diferentes micro-ecossistemas econômicos, como, por exemplo, a família, a comunidade escolar, o governo, a igreja, sua cidade etc. O indivíduo poderá escolher em quais desses ecossistemas deseja circular e quando. A decisão está em cada um. “Mas a quantidade de tecnologia necessária para você passear por eles será mínima. Os dispositivos serão pequenos, com baixa potência, não intrusivos, com baterias que vão durar uma eternidade, sem os celulares atuais. E se você tiver um chip implantado na nuca e, sempre que colocar a cabeça no travesseiro, ele recarregar? Por que não? Se a interface é virtual e em forma de áudio, e toda a parte computacional estiver numa nuvem, precisaremos de algo bem leve. É libertador”, resume Lee.