O responsável pela área de inovação e experiência do C6 Bank (AndroidiOS), Gustavo Torres, acredita que o banco está caminhando para ter apenas uma tela e um prompt de comando para o cliente, ou seja, um app mais minimalista e com poucas informações, mas bem robusto com IA em um ponto que consegue compreender e realizar aquilo que o consumidor deseja, seja por voz ou texto.

Durante o lançamento da assistente do banco com inteligência artificial generativa, a C6 Assistant, o executivo afirmou que estão caminhando para essa experiência com menos informações: “Acredito que por um tempo ela (IA generativa) vai somar com a experiência que nós temos e com o desenvolvimento de componentes necessários para caminhar até essa tela branca”, disse Torres, antes de detalhar sua visão.

“O que eu quero dizer com isso? Imagina o buscador. Quando você (usuário) faz uma busca no Google é basicamente uma tela branca. A pessoa coloca um comando e o buscador traz uma série de informações. Acredito que nós estamos indo exatamente para esse lugar”, disse. “Então, quando conseguirmos colocar toda a experiência bancária ali dentro e as pessoas se familiarizarem a dar os comandos, coloca em um (prompt) texto corrido o que querem que uma plataforma faça, e os consumidores vão começar a se relacionar neste formato”, completou.

O especialista reforçou que esse avanço deve acontecer a médio e longo prazo.

C6 e a inteligência artificial

C6

José Luiz Santana, CISO do C6 Bank (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Nesta jornada da IA, o C6 apresentou nesta quinta-feira, 28, a assistente transacional C6 Assistant, que pode ser usada por meio de chat no app do banco. Iniciando com funções como print para pagamento com reconhecimento de chave Pix, valores ou código de barras, a tecnologia nasce com um cronograma de novas funcionalidades a serem instaladas.

Segundo Torres, a assistente terá:

  • Busca, lista e realização de aporte, resgate, assim como opções de mais longo prazo de investimentos do banco;
  • Contextualização da fatura para entender o que está gastando;
  • Lista de boletos nominais no banco (DDA) e agendamento de pagamentos;

Além da conversa por voz com a C6 Assistant: “Vamos fazer isso tudo também por voz. Isso é uma questão de acessibilidade grande. Ou seja, nós queremos ajudar pessoas que têm limitações a fazerem transferências pix, pagamentos e  investimentos”, afirmou o head de UX.

Vale dizer, o C6 Assistant começa a ser liberado para a base de clientes do banco a partir da segunda-feira, 2. Por sua vez, as próximas experiências devem chegar até o final do primeiro trimestre de 2025.

Os executivos do banco não descartam conectar a assistente com o open finance, como a opção de controle de gastos atrelando dados de outros bancos. Segundo José Luiz Santana, CISO do C6 Bank, o sistema financeiro chegaria como “mais uma informação” dentro do rol de microsserviços que podem ser plugados e pode ser mostrada de forma transparente e segura para o cliente.

Arcabouço tecnológico

Santana explicou ainda que o arcabouço da IA generativa do banco foi construído no último um ano e meio de forma proprietária. Na concepção do banco, a plataforma é agnóstica. Na prática, o C6 preparou a sua estrutura de TI para aceitar qualquer grande modelo de linguagem (LLM).

Atualmente, o CISO explicou que o banco está trabalhando sempre com mais de um modelo de LLM. A plataforma de IA do C6 foi construída para que um LLM observe os outros LLMs para que não extrapolem suas funções. O uso de LLMs é definido por meio de agentes de inteligência artificial (AI Agents).

Neste modelo, cada funcionalidade da assistente tem um AI Agent. Ou seja, há um agente para transferências Pix, um agente para reconhecimento de documentos que o usuário envia para a C6 Assistant e outro agente para a câmera quando usada para reconhecer documentos, assim como um que entende temas que o cliente pede.

“Temos a estratégia de ter um LLM controlando outro LLM. Fizemos uma plataforma na qual conseguimos colocar um LLM onde queremos. Ou dois diferentes para um controlar o outro”, disse Santana, ao confirmar que usam apenas modelos de mercado, sem revelar os nomes, contudo.

Imagem principal: Gustavo Torres, responsável pela área de inovação e experiência do C6 Bank (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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