Perder um voo por erro da companhia aérea é motivo de estresse para qualquer passageiro. Mas muita gente não sabe que esse erro pode ser ressarcido. Segundo pesquisa realizada sob encomenda pela AirHelp, 86% dos passageiros brasileiros desconhecem os seus direitos como clientes. Pensando em preencher essa lacuna, a start-up decidiu lançar uma versão em português de seu aplicativo AirHelp (Android, iOS) no País.

A proposta do app é ser um canal de assistência para os passageiros para que eles reclamem os pedidos de indenização por voos atrasados por mais de três horas, cancelados inesperadamente, problemas com a bagagem ou por motivo de impedimento de entrar no voo (como overbooking).

Candidatar-se a uma compensação de voo pode ser uma grande aventura burocrática. A proposta da AirHelp é lidar com este processo em nome do passageiro. A empresa acredita que o serviço será bem aceito no País. Isso porque, de acordo com a estimativa da empresa, no Brasil, desde 2015, 66 mil pessoas teriam direito a uma compensação de um total de mais de R$ 160 milhões. No entanto, 50% nunca entraram com o pedido.

Para fazer a certificação de elegibilidade no app, ou seja, para saber se seu caso tem direito a ressarcimento ou não, o passageiro entra no app e escaneia o boarding pass ao clicar na função ‘Boarding Pass Scanner’. Esse serviço é gratuito. Quando o aplicativo avisa que ele é elegível, e o passageiro autoriza a AirHelp ir atrás do ressarcimento por ele, todos os trâmites ficam por conta da empresa. Se o caso não for bem sucedido, a empresa não cobra nada ao cliente. Mas, caso seja ressarcido, cerca de 25% do valor estornado ao passageiro fica com o app. “Ou seja, o cliente não tem nada a perder”, diz Denis da Silva, porta-voz da empresa no Brasil.

Validade somente na UE

No momento, a empresa utiliza o regulamento EC261, do Parlamento Europeu, que estabelece regras comuns para a indenização e assistência aos passageiros de transporte aéreo. Ou seja, somente os brasileiros que estiverem voando em uma companhia aérea com sede na União Europeia ou cujo voo tenha saído de um aeroporto da UE poderão utilizar os serviços do app.

“Estamos pensando em expandir nossos negócios para o Brasil, mas ainda não temos previsão. Mas entraríamos no mercado podendo usar o regulamento brasileiro, que é um pouco diferente do da União Europeia”, explica da Silva.

A AirHelp

Empresa foi fundada há cinco anos por dois amigos dinamarqueses e um sul-africano que sofreram bastante com problemas em seus voos. A AirHelp tem sede na Polônia e escritório em Berlim, e, desde então, já auxiliou mais de 5 milhões de pessoas no processamento de pedidos de indenização de companhias aéreas no valor total de R$ 1,2 bilhão.

 

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