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O Méliuz (Android, iOS) terminou 2021 com um prejuízo líquido consolidado (operação Brasil e internacional) de R$ 34 milhões, ante um lucro de R$ 20 milhões no ano anterior. Por sua vez, a receita líquida foi de R$ 263 milhões, mais que o dobro (110%) de R$ 125 milhões de 2020.

De acordo com o balanço financeiro divulgado pela companhia nesta terça-feira, 29, o prejuízo acontece principalmente pelos gastos operacionais subirem mais que o triplo (241%) na comparação ano a ano, de R$ 97 milhões para R$ 331 milhões. Esse aumento ocorreu principalmente pelas campanhas de cashback do app, que custaram à empresa R$ 140 milhões no último ano, mais que o dobro (133%) dos R$ 60 milhões de 2020.

“Com a iminência da entrada dos diversos novos serviços no primeiro trimestre de 2022, nos pareceu importante investir mais nas datas festivas de 2021 para engajar nossos usuários e atrair novas safras de compradores”, diz trecho do relatório. “Essa estratégia entrou em vigor no início de setembro, o que explica o net take rate menor (comissionamento recebido dos parceiros, abatido do repasse aos usuários) no terceiro trimestre, e se estendeu pelo quarto”, completa.

No documento, a companhia afirma ainda que a estratégia do cashback foi “deliberada com diversos testes de incrementalidade (sic)”, novos modelos de interação com usuários, campanhas de ativação com os parceiros e isso trouxe “frutos positivos” para o modelo de negócios no primeiro trimestre deste ano.

Meliuz TakeRate full 2021

Take Rate do Méliuz

Palavra do CEO

Em carta aos acionistas, o CEO e fundador da empresa, Israel Salmen, afirma em contrapartida que reduzirá campanhas em 2022 para atrair clientes de fora e focará apenas nos usuários do app: “Sabemos que 2022 será um ano muito importante para a consolidação do Méliuz no ambiente de serviços financeiros e que temos um enorme desafio com a entrega e a escalada dos novos produtos. Seremos prudentes e rigorosos com a utilização do nosso caixa ao longo do ano, priorizando a distribuição dos novos produtos financeiros para a nossa base de usuários existentes”, diz.

“Assim, em um primeiro momento, diminuímos a necessidade de realizar campanhas de aquisição de usuários em ‘mar aberto’. Como gostamos de dizer: primeiro, vamos pescar dentro do nosso aquário de clientes qualificados”, completa.

Mesmo com o prejuízo em 2021, Salmen explica que a saúde financeira da empresa vai bem, uma vez que aumentou o caixa da Méliuz de R$ 331 milhões para R$ 514 milhões, uma variação líquida de R$ 183 milhões.

Resultados operacionais

A companhia registrou um aumento de mais que o dobro (117%) em volume de mercadorias (GMV), de R$ 2,5 bilhões para R$ 5,5 bilhões. As visitas no app cresceram quase o triplo, 181%, de 60 milhões para 170 milhões de acessos. Ainda vale destacar que o serviço de ofertas via notas fiscais, o Méliuz Nota Fiscais, terminou o ano com 680 mil usuários únicos que ativaram mais de 11 milhões de ofertas.

O cartão de crédito co-branded também foi destaque com a base mais que dobrando, de 3,1 milhões para 7,2 milhões de tarjetas.

 

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