Em conferência sobre os resultados do primeiro trimestre realizada nesta quarta-feira, 29, a América Móvil (controladora da Claro Brasil) reconheceu que o impacto da pandemia do novo coronavírus pode impactar os investimentos previstos pelo grupo em 2020.
“É muito difícil ter visibilidade do que vai acontecer no resto do ano, mas acho que podemos rever uma importante parte do nosso capex, sem sacrificar qualidade, capacidade ou disponibilidade”, afirmou o CEO da América Móvil, Daniel Hajj. Segundo o executivo, deve ser feita uma avaliação de quais projetos podem ser paralisados, considerando a evolução de indicadores de tráfego e consumo.
De forma geral, a empresa afirma que o impacto da pandemia nos resultados do primeiro trimestre foram limitados (se manifestando sobretudo em forma de desvalorização cambial). Já nas primeiras semanas de abril, com medidas de quarentena em vigor em diversos países, alguns reflexos se tornaram mais evidentes.
“No pós-pago, as ativações diminuíram, mas as receitas estão ok. No pré-pago não tivemos grandes reduções, mas muitas pessoas não podem sair ou não têm o dinheiro para realizar recargas”, prosseguiu o CEO, descrevendo também um impacto negativo na venda de handsets. Já na banda larga fixa, a perspectiva segue positiva. “É o melhor produto no momento, considerando a quarentena”.
Sem mencionar especificamente o Brasil, Hajj também classificou como uma má ideia a decisão de alguns países limitarem a possibilidade de corte nos serviços de telecom para usuários inadimplentes; Peru e Equador foram citados como exemplos. Por aqui, medidas do gênero chegaram a ser propostas, mas não têm prosperado até o momento.
Consolidação
Incorporando pela primeira vez a base de clientes da Nextel no balanço operacional do trimestre, a América Móvil avalia que sinergias da operação não devem ser percebidas imediatamente, ainda que o grupo esteja trabalhando nessa frente.
Já sobre novos movimentos de consolidação, Hajj afirmou que a empresa não está trabalhando em novas negociações, mas que segue aberta a oportunidades. Com uma possibilidade de venda do negócio móvel da Oi, a América Móvil é ventilada como uma das potenciais interessadas.