As start-ups brasileiras de tecnologia não devem ficar olhando apenas para os seus competidores nacionais. Elas precisam pensar globalmente. O conselho parte de Pedro Waengertner, um dos fundadores da Aceleratech, aceleradora paulista de empresas de tecnologia que já investiu em cerca de 30 start-ups desde que foi criada, há 1 ano e oito meses.

"Tem muita start-up brigando com concorrente local e de repente vem um gringo e derruba todo mundo", comenta o executivo. "Pensar global inclui passar uma temporada no Vale do Silício, conhecer a lógica dos investidores, conhecer a imprensa americana, dominar o Inglês. Não pode se restringir ao Brasil. É preciso entender que a competição é global", recomenda.

A respeito da popularização de start-ups móveis no Brasil, assunto que foi tema inclusive de um painel no último Tela Viva Móvel, Waengertner evita classificar empresas como "móveis". E explica: "Não existe empresa mobile. Existe empresa que atende a este ou aquele segmento e que, para tanto, trabalha com a plataforma móvel."

Entre as empresas que passaram pela Aceleratech, três start-ups utilizam bastante a mobilidade: a D-Wings, que fornece uma plataforma de criação de apps a partir de PDFs; a Wiki4Fit, um site e app para gerenciamento de academias de ginástica; e a Eventick, um site para gerenciamento de eventos que inclui um app móvel.

A Aceleratech trabalha com seis a doze empresas por turma. Cada uma recebe investimento de até R$ 50 mil em troca de 10% a 15% de participação acionária, dependendo do seu grau de maturidade. Em 90% dos casos, a Aceleratech é o primeiro investidor de fora nessas empresas.  A aceleradora oferece espaço físico em São Paulo para as aceleradas. O processo de aceleração dura quatro meses e foca no aprimoramento do modelo de negócios e no processo de vendas. A preferência é por empresas que já tenham um produto pronto e que possam atingir o break even rapidamente. "Uma ideia é fácil ter. O difícil é encontrar um time com capacidade de executar a ideia. Às vezes uma ideia pouco sexy dá mais certo que outras por causa de um time que sabe executar", comenta. "Acho que faltam bons empreendedores, não bons projetos."

As inscrições para uma nova turma da Aceleratech acabaram de ser abertas. O novo processo de aceleração será iniciado em setembro.

 

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