O Alibaba pensa em trazer para o Brasil seu serviço de nuvem. A empresa chinesa já trouxe para o País algumas das soluções de LLMs (grandes modelos de linguagem) que estão presentes no site do AliExpress (Android, iOS), por exemplo, e que estão consolidadas no comércio eletrônico na China.
A ferramenta de inteligência artificial foi desenhada para ajudar o pequeno e médio empreendedor que vende seus produtos no comércio eletrônico chinês. A IA ajuda a melhorar a foto do produto, por exemplo, e a fazer a descrição do item, dando sugestões de como incrementar a publicidade.
“A solução ajuda o pequeno comerciante a melhorar sua produtividade como um todo”, disse Felipe Daud, diretor de relações governamentais do Alibaba durante sua participação online na Conferência dos agentes produtores e usuários de dados, que começou nesta segunda-feira, 29, na UERJ, e segue até sexta-feira.
“Temos desenvolvido internamente soluções de inteligência artificial. O Alibaba cresce como uma empresa e passa a oferecer serviços de nuvem, que ainda hoje não tem uma presença muito grande no Brasil, mas temos, sim, planos para o futuro trazer para cá”, disse.
Daud explicou que para todos os produtos do Alibaba existem aplicações de inteligência artificial. “Temos o LLM, como um ChatGPT, um sistema em que você faz uma consulta e ele te volta com uma resposta, muito parecido com o GPT. Mas temos também aplicação de inteligência artificial para melhoria da produtividade no e-commerce como um todo”, contou.
“A gente pretende trazer um pouco dessa tecnologia já aplicada para o Brasil. No AliExpress no Brasil temos vendedores brasileiros que podem usar as mesmas tecnologias disponíveis para os vendedores chineses”, comentou.
Alibaba e iniciativas inspiradoras
Em sua fala, Daud apresentou iniciativas na China do Alibaba que podem servir de inspiração para o Brasil. Uma delas foi o crescimento de pequenas e médias empresas que nasceram no mundo digital. De acordo com o executivo, isso aconteceu ainda no início da internacionalização da China, em 1999, que “pulou o cartão de crédito” em sua digitalização e, com isso, estimulou que empresas nascessem diretamente no online.
Coube ao e-commerce apoiar a capacitação dessas empresas na sua digitalização. “Isso é algo que a gente aprendeu na China e depois desenvolveu para o mundo inteiro. Foi uma jornada enorme”, comentou.
Parceria com Apex
O Alibaba tem uma parceria com a Apex para apoiar pequenas empresas nacionais na sua digitalização para a exportação. “Para exportar por meio do e-commerce global”, disse.
Outra experiência comentada por Daud foi a inclusão da China rural, parte menos desenvolvida do país, pelo comércio eletrônico que levou comissários rurais para o campo, para apoiar na digitalização dos produtores agrícolas. “Isso passa por diversas coisas, desde a gestão digital dos estoques, ensina o produtor a precificar, a anunciar, a fazer marketing a fazer live commerce”, exemplificou.
“Isso leva muito desenvolvimento para o meio rural, promove equidade de gênero, promove inclusão e é documentado pelo Banco Mundial. É um exemplo de como a digitalização transforma a vida concreta das pessoas”, comentou.