O Idec demonstrou surpresa e criticou a recente atualização do X (antigo Twitter) em que os textos dos usuários são aproveitados para o treinamento da sua IA, o Grok. Afirmou ainda ter indignação naquilo que considera ser “mais uma big tech explorando consumidores para fins de crescimento de seu poder econômico”.

Vale lembrar, o X (antigo Twitter), do investidor Elon Musk, lançou uma atualização na última sexta-feira, 26, em que colocava como padrão o uso de publicações dos usuários para treinar a sua inteligência artificial, Grok, um produto que é de outra empresa de Musk, a xAI. Em seu lançamento, a solução não tem um passo a passo claro para desativação (opt-out), que só pode ser feita via desktop, inclusive no Brasil.

O instituto de defesa do consumidor considera que a configuração da rede social conta com um “design malicioso”, algo que também é conhecido como dark pattern, no original em inglês. Para o Idec, o X coloca uma “pré-seleção” com o consentimento (opt-in) para treinar a IA como padrão. Contudo, o opt-in “não deveria ser pressuposto e, sim, explícito – além de ter de ser livre e informado”, informou em nota.

O Idec reforçou que a corrida das grandes empresas de tecnologia por IA tem se demonstrado não apenas pela busca por inovação, mas pela exploração dos consumidores “às custas de direitos e dados pessoais dos consumidores” e ressaltou a necessidade de uma regulação urgente no Brasil: “Os cidadãos brasileiros não podem continuar sendo tratados como cidadãos de segunda classe”, completou em outro trecho.

Lembra que o movimento do X é similar àquele feito com a Meta com suas políticas de privacidade permitindo treinamento da Meta IA com publicações com usuários, algo que foi proibido pela ANPD no Brasil neste mês de julho.

Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time