As obras para o hub de tecnologia e inovação, espaço onde empresas, startups e investidores se encontrarão na cidade do Rio de Janeiro, ficarão prontas em outubro. Com atrasos – a previsão era primeiro semestre deste ano, os trabalhos começaram ainda em novembro do ano passado e a iniciativa batizada de POMAR – Porto Maravalley – tem um espaço de 10 mil metros quadrados e recebeu um investimento de R$ 30 milhões. As informações são de Chicão Bulhões, secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS) da prefeitura, que conversou com este noticiário na semana passada, durante o evento de homenagem aos 25 anos da Huawei realizado em parceria com a Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior).

Nesse mesmo espaço, a Prefeitura do Rio vai disponibilizar a primeira graduação do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), batizada de Impa Tech, com quatro cursos por seus professores: Ciência de Dados, Ciência da Computação, Matemática e Física.

Serão 400 alunos por ano e a prefeitura comprou imóveis para que tenham moradia a 200 metros do local. “E o governo federal entra agora com a verba do Impa. Todos que estudarem lá terão bolsas. A seleção é a partir da Olimpíada de Matemática, provas e cursos que antecedem o Impa. É uma seleção muito rigorosa porque queremos que sejam as melhores mentes saindo dali e indo para o mercado”, explicou

Ainda neste ano, a equipe finalizará a modelagem da presença das empresas no hub. “A partir do início do ano que vem teremos os alunos do Impa chegando por lá. Está quase saindo”, disse.

O Porto Maravalley pretende reunir em até dois anos 200 startups e 1 mil empreendedores em um modelo híbrido, ou seja, presencial e remoto, priorizando as seguintes verticais: biotech; economia criativa; educação; energia; financeiro; tecnologia; telecomunicação; turismo; saúde e varejo.

Programadores cariocas

Bulhões comentou também sobre o projeto Programadores Cariocas. Neste caso, a iniciativa vai começar em breve a chamar novos alunos para as segundas turmas, que começam os estudos no ano que vem.

Até o momento, foram formados 750 jovens no programa da Prefeitura do Rio. “E, para o ano que vem, queremos formar pelo menos mais 1,8 mil, no mínimo”, prevê o secretário. A prefeitura, neste caso, paga uma bolsa-auxílio de R$ 500 durante os seis meses de curso e, quem completa o curso, recebe um notebook. Os professores são funcionários das empresas privadas que cuidam das concessões.

Sandbox

O segundo edital do Sandbox.Rio encerraria as inscrições no dia 25 de agosto, mas foi  prorrogado o recebimento de propostas até 22 de setembro. A SMDEIS vai analisar os projetos de acordo com critérios como viabilidade e maturidade do projeto. A ideia é usar a cidade como um celeiro de inovação e testes. Nesta segunda edição, a Prefeitura está aceitando propostas de empresas estrangeiras, mesmo que não tenha sede na cidade ou no País. Porém, se o projeto for aprovado, será necessário constituir empresa

Na primeira edição do Sandbox.Rio, quatro empresas se classificaram e estão em fase de testes, que devem começar ainda em 2023: 1) Eve, empresa da Embraer, deverá iniciar voos no Rio de Janeiro; 2) a entrega por drone da Ambev; 3) a EZVoltz, com testes de abastecimento elétrico; e 4) a startup Reserve, que oferece soluções de delivery com drones, que iniciará entregas de supermercados por meio do robô MyView, conhecido como drone terrestre, com capacidade para transportar até 25 quilos.

“É um momento de tentativa e erro. As empresas querem escalar um produto ou serviço e precisam entender se aquilo funciona. Ao invés dela fazer todo o investimento antes do teste, o sandbox ajuda a cidade a entender se é bom ou ruim para si mesma e como ela se relaciona com essas tecnologias. É o papel do sandbox.”, explicou Bulhões.

 

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