Hoje, quando um QR code é lido no Brasil, as chances são grandes de isso ter acontecido através de um iPhone nas mãos de um homem com idade entre 25 e 44 anos, em alguma rua de São Paulo. É o que apontam os números verificados pela plataforma da Scanbuy, empresa norte-americana que atua nesse segmento e que montou escritório há poucos meses no Brasil. Atualmente, os sistemas da Scanbuy registram 3 mil leituras de QR Codes por dia em território nacional. Ainda é pouco se considerado que no mundo a plataforma contabiliza 100 mil por dia. Mas a expectativa é de que o volume no Brasil aumente seis vezes ao longo dos próximos doze meses, alcançando 18 mil leituras diárias. "É o que vai acontecer se o Brasil repetir o que aconteceu no resto do mundo", disse o diretor geral da Scanbuy, Bernardo Abecasis.

A plataforma da Scanbuy mede as leituras feitas através do aplicativo móvel "Scanlife", desenvolvido pela empresa para os sistemas Symbian, Android, iOS, Windows Mobile, Blackberry e Java. O app está instalado em mais de 50 milhões de celulares no mundo. Em muitos deles o software veio pré-embarcado de fábrica, graças a acordos da Scanbuy com operadoras e fabricantes de terminais. Teles como Sprint, Verizon, Vodafone e Orange estão entre as parceiras. No Brasil, a Vivo firmou acordo há três meses com a Scanbuy e desde então todos os modelos compatíveis que são acrescentados ao portfólio da operadora vêm com o app instalado. É provável que a Claro seja a próxima, pois há um acordo regional para América Latina assinado com a América Móvil e que está em funcionamento no México.

A solução consegue informar sexo e idade do usuário, além de sua localização, data, hora e modelo de aparelho utilizado na leitura do QR code. Sexo e idade são obtidos através de um cadastro composto unicamente dessas duas perguntas, feitas depois que o usuário realiza a terceira leitura com o aplicativo. Os demais dados são obtidos automaticamente pelo software, usando recursos dos telefones. Desta forma, a Scanbuy sabe, por exemplo, que 80% dos usuários de QR Codes no Brasil hoje são homens e que mais de 60% vivem em São Paulo. Com percentuais bem menores aparecem Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. No que diz respeito à faixa etária, 30% têm entre 35 e 44 anos; outros 30%, entre 25 e 34 anos; e 18%, entre 18 e 24 anos. O aparelho mais usado para a leitura de QR codes pelo Scanlife no Brasil é o iPhone (38%), seguido de terminais Android (30%), Symbian (16%) e Blackberry (8%). No mundo, a proporção entre homens e mulheres é bem mais equilibrada e o Android já supera o iPhone, revela Abecasis. O executivo ressalta que a plataforma da Scanbuy trata os dados de forma anônima e não os cruza com informações das operadoras.

Modelo de negócios

A Scanbuy vende para empresas o acesso a uma plataforma web para criação de QR Codes e monitoramento das campanhas, com o fornecimento das referidas métricas. Parte da receita é dividida com as operadoras e os fabricantes que concordaram com a pré-instalação dos apps em seus terminais.

 

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