[Atualizado às 17h17 do dia 29/10/2024 com mais informações sobre a parceria entre Claro e Nubank] O Nubank (Android, iOS) apresentou nesta terça-feira, 29, a sua operadora móvel virtual (MVNO). Batizada como NuCel, a solução entra no rol de serviços para o cliente do banco em parceria com a Claro em um modelo de negócios de compartilhamento de receita (revenue share).
Tradicionalmente, o formato escolhido na relação entre operadoras é de pagamento da MVNO por GB. Mas Lívia Chanes, CEO do Nubank no Brasil, afirmou que o revenue share é um modelo mais alinhado na relação com a Claro.
“Temos o modelo de revenue share. Nubank e Claro tem interesses alinhados e a gente faz as discussões. É uma parceria de construção. Não vemos o mesmo entrave dos modelos anteriores neste sentido. E olhamos a parceria como longo prazo”, explicou a executiva.
Por sua vez, Paulo Fonseca, líder da operação do NuCel, afirmou que o compartilhamento de receita colabora para a estratégia de longo prazo, ao contrário de modelos anteriores entre MNO (operadoras fornecedoras de conectividade) e MVNOs: “A dificuldade anterior não era o modelo de revele share, mas custo. Ou seja, negociar o custo do gigabyte da MNO para MVNO. Muitas MNOs seguiram nessa situação e você precisa ir lá todo ano e renegociar. Isso envolve um custo alto, que influencia diretamente o cliente e o deixa (o negócio) pouco competitivo”, disse.
“O revenue share não tem essa história. Não tem necessidade de renegociação constante no contrato e estamos super alinhados por longo prazo. E essa foi precisamente a escolha por esse modelo que dá produtividade e alinhamento para as duas partes”, detalhou Fonseca.
Ainda de acordo com a CEO do banco no Brasil, o arcabouço regulatório, como a disponibilização de novos acordos de ORPAS em MVNOs, colaborou para estreitar o relacionamento com a operadora e que a relação fortalece suas bases para construir a operadora virtual.
Apesar de ser revenue share, Chanes enfatizou que a relação com a Claro é comercial, não envolve participação societária.
Sobre o motivo de ter começado uma operação do zero em MVNO, ante à possibilidade de compra de uma MVNO (como fez a Algar comprando a Nomo), a executiva afirmou que o problema do Nubank não é falta de base, pois tem 95 milhões de clientes, mas estender a oferta para o seu consumidor.
Estratégia do NuCel
A base do Nubank é um dos racionais que Chanes cita como alicerce para o desenvolvimento desta relação. Atualmente, o banco tem 95 milhões de clientes em sua base – todos altamente engajados e que experimentam produtos, como o e-commerce NuShopping, que cresceu 63% entre junho de 2023 e junho de 2024, e o NuViagens, que foi lançado em maio deste ano em parceria com a Hopper.
Os principais “racionais” que Chanes citou para o banco digital entrar no segmento de MVNOs são:
- A onipresença do smartphone em sua base de clientes no Brasil;
- A falta de transparência e complexidade nos planos atuais;
- E as dores dos clientes, como dificuldades de atendimento, cobranças indevidas e problemas ao cancelar o serviço.
“Quase 60 milhões de usuários trocam de provedor por ano. É um mercado dinâmico que demanda muito investimento em infraestrutura. Mas as pessoas buscam soluções e não encontram. E esse churn é muito presente entre as operadoras e os clientes”, afirmou Chanes.
Planos da NuCel
Segundo Fonseca, proposta da operadora para o cliente mistura atender as dores e dar benefícios exclusivos, como acontece em outros produtos do banco. Inicialmente, a operadora do Nubank terá três planos pré-pagos:
- 15 GB por R$ 45/mês;
- 20 GB por R$ 55/mês;
- 35 GB por R$ 75/mês;
Totalmente controlados pelo app do Nubank, os planos incluem:
- Ligações ilimitadas;
- Zero rating para WhatsApp e app Nubank;
- Cobrança direta no cartão;
- Portabilidade via app.
Benefícios
Entre os benefícios exclusivos que o NuCel terá está a sugestão de consumo em tempo real. Nela, o consumidor é avisado se não está usando em sua plenitude seu plano (como os dados móveis) e o app do banco pode indicar inclusive um downsell para um plano menor.
Por sua vez, o atendimento é totalmente feito pelo Nubank. Para Mobile Time, Fonseca informou que, neste começo, o suporte ao cliente da operadora terá apenas atendentes humanos.
Os usuários da MVNO terão ainda acesso a uma caixinha turbo, um investimento de CDI com rendimento de 120% e liquidez diária. Caso o pacote de dados termine, ainda há opção de comprar mais 2GB por R$ 10.
Para clientes do Nubank+ ou Ultravioleta – as faixas mais altas do banco – terão de partida 10 GB extras ao entrarem na NuCel. Mas esses dados extras só poderão ser usados caso os dados do pacote acabem.
Disponibilidade
Apresentada hoje, a NuCel será liberada aos poucos para a base de clientes do banco. Inicialmente, o acesso na operadora virtual será via app com o número criado por meio de um chip virtual (eSIM). Posteriormente, o Nubank oferecerá o SIMCard físico, mas ainda não há data.
Os interessados já podem se inscrever no aplicativo: “Vai ter uma aba dentro do app do Nubank que terá toda a experiência do NuCel.”, completou Fonseca.