Um dos aspectos que o Brasil tem tentado destacar dentro do grupo de desenvolvimento de 5G é a importância de uso da tecnologia para aplicações remotas, como agricultura, pecuária e mineração. Segundo Wilson Cardoso, CTO da Nokia do Brasil, existem oportunidades para serem buscadas nesses setores verticais, sobretudo em razão da latência. Este foi um dos temas tratados no Global 5G Event Brazil, evento realizado esta semana no Rio de Janeiro. Mas existem alguns desafios. Um deles é a falta de espectro adequado. “A melhor maneira de cobrir as áreas rurais com 5G seria com faixas abaixo de 1 GHz, e não podemos”, disse Cardoso.

Para José Marcos Brito, secretário geral do 5G Brasil e diretor do Inatel, “5G em áreas remotas é a prioridade no projeto 5G Brasil”, pelas enormes oportunidades existentes em uma economia tão centrada em commodities e com atividades remotas como o Brasil. Gustavo Correia Lima, do CPqD, diz que as faixas de frequências baixa e que seriam mais adequadas, entre 470 MHz e 890 MHz, estão alocados para serviços de TV no Brasil. A proposta do instituto é que este espectro passe a ser utilizado de maneira inteligente e compartilhada, eventualmente com o transporte dos sinais de TV sendo feito pelas redes 5G.

A grande vantagem do uso de 5G para aplicações remotas é a latência, que pode ser muito crítica para aplicações de colheitadeiras, drones e maquinário de mineração. Especialmente em atividades que podem envolver modelos de  “platooning”, que são conjuntos de máquinas que se movimentam de maneira coordenada e se comunicam entre si. Esta comunicação, no caso, pode ser feita por redes 5G.

Para o 5G remoto, o backhaul se torna um problema mais crítico. O evento mostrou que o satélite pode ser uma alternativa importante para suprir a carência de redes de transporte terrestre. Neste caso, para compensar a latência, as redes 5G precisam contar com alguma capacidade de processamento e inteligência nas pontas de modo a não se precisar jogar o tráfego no core da rede para determinadas funções.

 

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