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Silvana Bahia, do PretaLab, com o mediador Ademir Corrêa

O mundo da tecnologia é predominantemente branco, masculino, cis e oriundo das classes mais altas da sociedade brasileira. Enquanto isso, 28% da população brasileira é de mulheres negras e elas estão fora desse mercado de trabalho. Mas as empresas precisam da pluralidade em seus escritórios e já começam a buscar mão de obra que fuja desse padrão. É o que diz Silvana Bahia, diretora da Olabi, uma organização social que trabalha para democratizar a produção de tecnologia, e idealizadora do PretaLab, plataforma que conecta empresas que precisam de mão de obra na área de TI a mulheres negras à procura de uma oportunidade. Bahia falou no Wired Festival 2019, que aconteceu nesta sexta-feira, 29, no Rio de Janeiro. “Ao todo, são 60 milhões de mulheres negras no País. Mas, em 120 anos, a Poli-USP formou apenas 10 mulheres e somente 16% das pessoas que entram em cursos de tecnologia são mulheres”, disse.

Bahia explicou que todos estão envolvidos com a tecnologia e com a Internet, afinal, todos a usam. Porém, apenas poucos estão no comando. “Todos nós consumimos a web, mas nós mulheres não participamos das decisões. A tecnologia não é neutra. Existe o  ‘racismo algoritmo’. As pessoas que ‘codam’ acabam replicando aquilo que fazem no dia a dia”.

De acordo com a idealizadora do PretaLab, para que a tecnologia seja mais democrática e menos racista, as empresas precisam focar na diversidade de sua equipe, contratando mulheres, pessoas da comunidade LGBTQ+, negros etc. “Chamam a gente de minoria, mas somos uma maioria silenciada”, explica. Mas Bahia disse estar convicta de que as empresas abriram os olhos e já estão à procura da diversidade.

 

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