A nova geração de satélites de média órbita (MEO, na sigla em inglês) da O3B, operadora controlada pela SES, terá um papel importante no backhaul das redes móveis de 5G em áreas remotas onde a fibra óptica não chega, assim como em navios e aviões, prevê Sandro Barros, diretor regional do Brasil e Cone Sul da SES Networks. Hoje, a constelação atual de satélites MEO da empresa atende a 24 operadoras móveis ao redor do mundo, com mais de 15 milhões de assinantes dependentes dessa tecnologia – em várias ilhas, por exemplo, como Fernando de Noronha, Galápagos e Ilha da Páscoa, o satélite é a única opção de escoamento do tráfego de Internet.

Os satélites MEO ficam a 8 mil Km de altura, bem mais perto da Terra que aqueles geoestacionários, localizados a 36 mil Km. Por isso, sua latência é menor, o que viabiliza uma série de aplicações. A primeira geração da O3B é composta de 20 satélites MEO, cada um com 20 Gbps de capacidade distribuída em até 12 feixes controlados mecanicamente. Por sua vez, a segunda geração, batizada de mPOWER, terá inicialmente sete satélites, mas cada um com dez vezes mais capacidade, distribuída em até 5 mil feixes controlados eletronicamente.

“A nova geração traz mais capacidade e mais flexibilidade. É como a passagem do 4G para o 5G. Nossa capacidade vai passar de gigabit para terabit”, compara Barros, em entrevista para Mobile Time. “Queremos que a solução de satélite seja o mais transparente possível para o usuário final. Uma solução excelente é aquela que o usuário nem sabe que tem satélite por trás”, comenta.

A SES investiu até agora mais de US$ 1 bilhão no desenvolvimento dessa nova geração de satélites mPOWER. Os lançamentos acontecerão em 2021. Eles serão realizados pela SpaceX com foguetes Falcon 9 que partirão do Cabo Canaveral, nos EUA.

 

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