Spera CNPQ Izilda Franca MT

Luiz Spera, gerente de estratégia para o mercado de telecom do CPQD (crédito: Izilda França/Mobile Time)

O mercado de redes privativas tem bastante espaço com possibilidade de atuação para operadoras regionais (ISPs) e integradores no Brasil, além das grandes operadoras firmando contratos com grandes empresas. É o que prevê Luiz Spera, gerente de estratégia para o mercado de telecom do CPQD.

Contudo, as operadoras tradicionais querem disputar esse espaço em todos os segmentos: “O mercado de redes privativas é um greenfield (campo verde, na tradução livre para o português). Mas as operadoras têm a responsabilidade de democratizar (a tecnologia)”, disse Cristiano Moreira, gerente de negócios com operadoras e soluções avançadas da Embratel. “Sem as operadoras, não tem como baixar o valor (da rede) para uma empresa pequena. Porque estamos no País inteiro”, explicou durante painel no MPN Fórum, evento organizado por Mobile Time nesta terça-feira, 29.

Vale dizer que a Embratel confirmou durante o evento que lançará sua oferta de redes privadas de prateleira na virada de 2022 para 2023.

Fransergio Vieira, gerente sênior de desenvolvimento de negócios da Qualcomm, acredita que o fato de ter um amplo cardápio de espectro disponível no Brasil possibilita “novos players a atuarem nesse mercado”, como os integradores. “Os integradores têm uma tremenda oportunidade na mão pelo espectro disponível. Mas as operadoras vão continuar fortes”, afirmou o executivo.

Modelo de negócio

Painel MPN Izilda Franca MT

Executivos de IDC, Embratel, Qualcomm e CPQD durante o MPN Fórum nesta terça-feira, 29 (Crédito: Izilda França/Mobile Time)

Luciano Saboia, gerente de pesquisa do IDC Brasil, ressaltou que a falta de um ecossistema e de um modelo de negócios são as principais barreiras apontadas por líderes de mercado de TIC para o desenvolvimento de redes privativas.

“Uma pesquisa do IDC Global do começo do ano mostra que 57% dos clientes preferem forma de pagamento híbrido. Ou seja, compram o hardware e assinam contrato como service. 49% preferem cogestão, uma gestão combinada entre fornecedor e contratante. 45% preferem a cobrança por uso, no qual pagam pelo consumo, como uma operadora com o consumidor da rede móvel”, completou Saboia.

Vieira, da Qualcomm, acredita que é importante ter a “simplificação do deployment das redes” e que “seja tão fácil quanto o Wi-Fi”. Para facilitar e ajudar na criação de perfis específicos para redes privativas, o gerente explicou que a sua companhia comprou recentemente a Cellwize.

Regulação

Por sua vez, Moreira, da Embratel, citou a regulação e as taxas aplicadas às redes móveis – em comparação com o Wi-Fi, por exemplo – como um ponto que atrapalha bastante o desenvolvimento das redes privativas. Em sua visão, é preciso revisar o modelo de taxação, pois a alta carga tributária que incide sobre as operadoras móveis não incide sobre projetos de redes privadas independentes.

 

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