O lançamento comercial das duas primeiras redes dedicadas para aplicações de Internet das Coisas (IoT) do grupo Claro Brasil deve ocorrer no começo do segundo trimestre deste ano, afirmou ao Teletime News o diretor de negócios de IoT da Embratel, Eduardo Polidoro. Conforme sinalizado no final do ano passado, as tecnologias padronizadas LTE CAT-M e NarrowBand IoT (NB-IoT) serão as utilizadas; até o final de 2019, a cobertura de ambas as redes deve alcançar 100% do território nacional.
“Nós já tínhamos alguns trials, com vários clientes testando equipamentos, mas ainda faltava um plano que encaixasse tecnologia, faturamento e operação”, afirmou Polidoro, durante evento sobre Internet das Coisas realizado nesta quarta-feira, 30, em São Paulo. “Como fizemos um processo de modernização de ERBs muito agressivo no ano passado, temos condições de lançar essas duas redes em nível nacional, habilitando o NB-IoT e o CAT-M de forma muito rápida”, prosseguiu o executivo, adicionando que a estratégia está atrelada ao cronograma de liberação dos 700 MHz e que os três grandes fornecedores de infraestrutura (Huawei, Nokia e Ericsson) estão atuando no projeto.
Polidoro afirma que, assim que lançadas, as redes da Claro Brasil devem se tornar as primeiras do País dedicadas comercialmente a IoT. “Há operadoras que divulgaram a habilitação de redes [voltadas para IoT] em certas áreas, mas se você procurar no site delas, ainda não encontra o produto”. Vale citar que em julho do ano passado a TIM anunciou sua primeira rede de NB-IoT após testes na cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG); já em dezembro de 2018, a operadora concluiu provas de produtos minimamente viáveis (MVPs) para IoT, indicando que o lançamento comercial de redes voltadas para a vertical seria uma questão de tempo. A Vivo, por sua vez, executa testes de NB-IoT e CAT-M com a faixa de 450 MHz no interior de São Paulo.
Ainda que a CAT-M tenha capacidade de lidar com aplicações que demandem um certo volume de dados (como chamadas de voz em VoLTE), tanto ela quanto a NB-IoT foram classificadas por Polidoro como “redes de baixo tráfego”; dessa forma, ambas estariam mais suscetíveis ao impacto da tributação sobre as aplicações M2M, que pode inviabilizar financeiramente a conexão de dispositivos que gerem R$ 1 mensal em receitas ou menos. Mesmo assim, o diretor da Embratel lembra que o potencial do mercado é gigantesco. “Na China já há aproximadamente 300 milhões de SIMcards em NB-IoT”.