30 chip

As operadoras móveis virtuais (MVNOs, na sigla em inglês) que atuam no Brasil agora contam com uma associação, a Abratual (Associação Brasileira de Operadoras Móveis Virtuais). A entidade é formada por quatro MVNOs: Dry Company, Fluke, MaisVirtual e Veek. A Abratual nasce com duas pautas prioritárias: a regulamentação do preço no atacado e o combate ao mercado cinza de linhas móveis, diz seu presidente, Olinto Sant’Ana, executivo da MaisVirtual, em conversa com Mobile Time. 

“Hoje a oferta de atacado só tem o nome de atacado, porque o preço é de varejo. A regulamentação do preço de atacado é uma absoluta necessidade, especialmente em um momento de concentração das operadoras. É impossível um segmento de operadoras virtuais sem maior intervenção do regulador”, argumenta o presidente da Abratual. Vale lembrar que o assunto foi bastante discutido em painel do Fórum de Operadoras Inovadoras, evento organizado por Mobile Time e Teletime nos dias 22 e 23 de março deste ano.

Outro problema é o chamado mercado cinza, composto por empresas que revendem linhas móveis sem serem MVNOs regularizadas. “É gente que se comporta como se fosse um cliente corporativo das operadoras, mas não tem cinco funcionários e possui dezenas de milhares de linhas. Outras comercializam chips estrangeiros em regime de roaming permanente”, descreve Olinto. Ele estima que o mercado cinza represente hoje 10% do total da base brasileira de linhas móveis em serviço.

Sobre a decisão de criar uma nova associação embora já exista a Telcomp, que defende os interesses de operadoras competitivas, Olinto explica: “Temos afinidade com a Telcomp, na figura do Thomas Fuchs. Mas entendemos que nossa pauta muito concisa nos permite uma interlocução mais focada, o que tem vantagens. De todo modo, pretendemos caminhar juntos com a Telcomp muitas vezes”. 

A Abratual ainda não está legalmente constituída, mas já iniciou seus trabalhos. Nesta terça-feira, 30, Olinto teve uma reunião com o presidente da Anatel, Leonardo Euler, para apresentar a associação e suas pautas prioritárias. “A receptividade foi positiva”, relata.

“Nossa motivação principal é o reconhecimento de que as MVNOs são as operadoras que podem inovar na competição e trazer benefícios para o consumidor. A concentração das MNOs não é exatamente ruim, desde que seja equilibrada por maior regulação de preços no atacado”, conclui.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!