| Publicada originalmente no Teletime | A decisão sobre o fim da recuperação judicial da Oi é do juiz Fernando Viana, mas a operadora já antecipa que o processo deve se alongar ainda nos próximos meses. A companhia divulgou nesta quarta-feira, 30, convocação para a assembleia geral ordinária (AGO) anual, e nela relembra que as vendas dos ativos ainda precisam ser finalizadas. E, por isso, estima para o próximo trimestre a conclusão da RJ.

No cronograma de transição, a companhia coloca como expectativa para o segundo trimestre em diante a aprovação da venda do controle da InfraCo (V.tal) pela Anatel e o fechamento dessa operação da venda da Oi Móvel – e, aí sim, o fim da recuperação judicial. O total esperado pelas vendas é de cerca de R$ 27 bilhões ao caixa da companhia.

Considerando que o prazo original dado por Viana termina na quinta-feira, 31, e os indicativos do juiz de que o complexo processo ainda precisa resolver pendências também com credores, não é difícil imaginar o porquê do adiamento. Caso o prazo de 60 dias – ou seja, até 24 de maio – seja a extensão decidida, a realização da AGO acontecerá antes, no dia 27 de abril.

Transformação

Também estão no calendário as etapas seguintes às alienações, como transição dos ativos móveis, “transformação acelerada da base de custos para adequação à Nova OI”, desenvolvimento da V.tal e “equacionamento dos custos associados à concessão”. A operadora espera crescer com o foco na fibra, “novas fontes de receita” e com mercado corporativo. Mas, além disso, tem essa transformação de custos advinda da simplificação “drástica” do modelo operacional, já que será mais focada.

Vale ressaltar também que a Oi traz um Plano Plurianual ESG para o triênio 2022-2024. Além de aglutinar ações já existentes, a ideia é dar maior robustez para que a companhia atinja altos padrões de ESG do mercado, tendo como referência o Pacto Global da ONU, do qual é signatária desde 2009, e do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3).

Na mensagem da administração, a Oi lembra que o “cenário desafiador” de 2020 se manteve em 2021, agravado não só pela pandemia, mas também pela desaceleração da economia. Ainda assim, ressalta o trabalho para o “desenvolvimento das bases do que será a Nova Oi”, com modernização da estrutura organizacional e criação de áreas em busca de novas receitas, além do processo de transformação digital buscando aumentar a eficiência operacional.

“A Nova Oi será uma empresa mais simples, leve e eficiente com foco total no atendimento aos clientes e, por isso, priorizará uma TI ágil, focada no atendimento digital, omnicanalidade, guiada por dados e analytics e com time-to-market acelerado, permitindo a liderança no lançamento das melhores ofertas no mercado”, diz o comunicado. O objetivo é fortalecer a empresa nos segmentos onde atua e capturar novas receitas.

Remuneração

Até por conta desse atraso – o fechamento das vendas de ativos antes era previsto para o final de 2021 –, a assembleia geral ordinária da Oi vai discutir na proposta de verba global para 2022 a premiação extraordinária por projetos de desinvestimento que já tinha sido aprovada na AGO do ano anterior. O valor a ser pago para administradores e membros do conselho fiscal nessa premiação é de R$ 26,683 milhões.

Além da nova proposta de remuneração de R$ 84 milhões e de plano de incentivo de longo prazo, a própria reunião vai também tratar da eleição de novos membros ou recondução dos atuais para o conselho fiscal.

 

 

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