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Paul Daugherty, diretor executivo da Accenture Technology (reprodução: Accenture/Linkedin)

Um estudo da Accenture estima que 40% de todas as horas de trabalho nos EUA podem ser impactadas pela inteligência artificial e por grandes modelos de linguagem (LLM).

Durante a apresentação do relatório de tendências tecnológicas a partir de 2023, Paul Daugherty, diretor executivo da Accenture Technology, explicou que esse dado não significa que 40% dos trabalhos serão cortados pela IA, mas que a tecnologia deve ajudar a aumentar a produtividade dos profissionais.

“A IA vai criar novas oportunidades, nova formas de trabalhar, pois a IA tende a automatizar tarefas para dar ‘superpoderes’ para as pessoas fazerem mais trabalho efetivamente. E mais eficiência vai trazer mais negócios. As pessoas terão copilotos baseados em inteligência artificial que as ajudarão nas tarefas”, disse o executivo. “Este é o caminho para criar valor com IA no futuro”, previu.

Daugherty complementou que o uso da IA generativa não é uma questão de adoção por indústria, mas quais categorias e processos em organizações podem ser impactados: “É diferente de outras tecnologias quando olhamos a adoção global”, acrescentou, ao lembrar que esta ainda é a primeira camada da revolução da inteligência artificial.

Ainda assim, os setores de bancos (54%), seguros (48%) e mercado de capitais (40%) aparecem como as categorias que mais têm potencial de automação.

Estudo e aposta

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Trecho da pesquisa da Accenture (reprodução: Accenture/Linkedin)

Outro trecho do estudo, este ouvindo 4,7 mil diretores e executivos C-Level de empresas em 25 setores e 34 países, aponta que a maioria (98%) acreditam que a inteligência artificial generativa terá um importante papel nas corporações dentro de três a cinco anos, podendo estimular a inovação de forma criativa (98%) e dará início a uma nova era da inteligência empresarial (95%).

A própria Accenture vem apostando na IA generativa e modelos de linguagem, ao criar um centro dedicado ao desenvolvimento dessas tecnologias com mais de 1,6 mil profissionais. O motivo para isso foi o crescimento do ChatGPT a aplicação que chegou aos 100 milhões de usuários mais rápido que Facebook e Instagram, disse Daugherty.

“Nós anunciamos este centro de excelência em inteligência artificial com mais de 1,6 mil funcionários para atender a demanda que estamos ouvindo dos nossos clientes”, disse o executivo. “Do modo que vemos, a IA generativa pode impactar seus negócios de duas formas, consumindo ou customizando. Acreditamos que a customização vai permear e trazer valor para a maioria das organizações, que terão implicações como implantar sua arquitetura, construir talentos e crescer adiante”, concluiu.

Desafios

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Paul Daugherty, Accenture; e Alex Wang, Scale AI (reprodução: Accenture/Linkedin)

Um parceiro da Accenture em inteligência artificial, Alex Wang, CEO e cofundador da Scale AI, afirmou que há desafios para a adoção em larga escala da IA nas organizações, como “segurança, proteção de dados e vieses”. Além disso, Wang afirmou que a tecnologia e os algoritmos de IA “não são o gargalo” para a adoção, mas a infraestrutura robusta por trás para ler os dados e aplicar os algoritmos.

Por sua vez, Daugherty acredita que mesmo com os receios da inteligência artificial as companhias devem experimentar a tecnologia para saber seus limites. Mas, assim como Wang, o executivo ressaltou que é preciso ter responsabilidade.

 

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