85% dos altos executivos (C-Level e diretores) entrevistados em uma pesquisa da Accenture acreditam que a identidade digital não é mais uma questão técnica, mas um imperativo para os negócios. O estudo ouviu 4,7 mil diretores e executivos C-Level de 25 áreas econômicas em 34 países.
Na visão do diretor executivo da Accenture Technology, Paul Daugherty, a ID digital trará a “capacidade de autenticação”, que é essencial para consumidores e empresas viajarem entre o “mundo físico e digital”.
ID digital, a chave do mundo phygital
Participando da apresentação do relatório, Marie Austenaa, head de identidade digital na Visa Europa, que assumiu recentemente uma cadeira na OpenWallet Foundation, afirmou que a identidade digital tem papel-chave para atrair serviços digitais e inovação para carteiras. Porém, sempre com o consumidor no controle.
Neste novo cenário, a executiva afirmou que os negócios precisam interagir com o consumidor, e definir quais dados precisam ter em suas mãos e quais oportunidades de negócios devem investir, mas sempre respeitando a identidade do usuário.
“Eu acredito que as nossas identidades estão no centro disso e espero que o desenvolvimento das IDS no futuro nos dê mais controle sobre o que está sendo compartilhado e com quem. Portanto, é um balanço entre conveniência e segurança”, disse Austenaa.
Do Átomo aos bits
Pelo lado das organizações que estão fazendo a união entre digital e físico, a maioria (96%) dos executivos entrevistados acreditam que essa convergência vai transformar a economia da próxima década. E mais de dois terços (69%) concordam que a ciência terá impacto disruptivo para entregar esses avanços em todos os setores. Combina-se a isso o fato que 62% dos líderes preveem aumentos significativos nos recursos de suas empresas à inteligência artificial.
Daugherty explica que essa jornada phygital com inteligência artificial é a próxima etapa da digitalização das empresas, algo batizado pela Accenture como ‘quando os átomos encontram os bits’. Algo que a maioria das companhias não possuem hoje em dia. De fato, só 8% das organizações estão preparando algo inovador neste sentido, segundo o relatório.
Dois exemplos de empresas que fazem isso são Dow e BMW. A CIO e CDO da empresa química, Melanie Kalmar, disse que aplicou algoritmos de análise preditiva para acelerar o processo de pesquisa e desenvolvimento de formulações de poliuretano em 200 mil vezes, de três meses para 30 segundos.
Na fabricante de carros, o CIO Alex Boresh, disse que a tecnologia já impacta toda a cadeia de valor da companhia, da pesquisa e desenvolvimento até as vendas. Isso acontece através da criação de gêmeos digitais a partir da montagem dos carros, acompanhando esses dados através de IA generativa e machine learning em toda vida útil do produto.