O aumento da complexidade das redes elétricas no Brasil, com cada vez mais equipamentos conectados e usinas interruptíveis de energia, obriga as distribuídoras e transmissoras de energia a investirem em sistemas de telecomunicações para supervisionar e controlar seus ativos remotamente e de forma cada vez mais automatizada. Para tanto, muitas estão investindo em redes privativas com tecnologia LTE, como a CPFL e a Neoenergia. E a melhor opção de faixa para o setor elétrico é a de 450 MHz, na opinião do presidente da UTCAL América Latina, Dymitr Wajsman. 

Essa faixa foi recentemente retomada das teles e aguarda uma nova destinação pela Anatel, que deve ser híbrida, permitindo uso para SMP (Serviço Móvel pessoal) ou SLP (Serviço Limitado Privado).

“As empresas precisam conectar todos os seus ativos, que estão virando digitais. Precisam supervisioná-los e comandá-los através de softwares com inteligência artificial para fazer self healing”, explica Wajsman, em conversa com Mobile Time durante o UTCAL Summit 2023, nesta quarta-feira, 29, no Rio de Janeiro.

O presidente da UTCAL argumenta que tecnologias de banda estreia em frequências não-licenciadas correm o risco de interferência, requerem concentradores e não dariam conta de comandos em redes mais complexas. A faixa de 250 MHz, por sua vez, oferece poucos canais e não é homologada pelo 3GPP. E as demais acima de 1 GHz têm alcance reduzido. A de 450 MHz, por sua vez, é homologada para o LTE pelo 3GPP, dispensa concentradores e serve não apenas para o controle da rede, mas também para a comunicação das equipes em campo. 

A tendência é de que as empresas de energia cuidem elas próprias da operação e da manutenção de suas redes privativas de telecom – o uso de operadoras móveis se restringiria a serviços que não sejam de missão crítica. O advento do network slicing não o entusiasma. “Primeiro, o network slicing precisa ser implementado. Tem que ter bateria em todas as ERBs (para evitar queda de serviço em caso de corte de energia). E tem que ter preço e SLA adequados”, argumenta.

 

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