A FDA, agência de alimentos e remédios dos Estados Unidos, semelhante à Anvisa no Brasil, reconheceu nesta terça-feira, 30, que deu autorização para a Neuralink para conduzir testes clínicos de seu implante/robô R1 em seres humanos pessoas. O órgão regulador norte-americano respondeu a Mobile Time nesta terça-feira, 30, além de dar mais detalhes sobre a licença.

Vale lembrar, a empresa do investidor Elon Musk, que promete trazer benefícios científicos aos usuários de seu implante neural, confirmou a admissão na agência em tuíte na última sexta-feira, 25. Mas, até então, não havia um posicionamento oficial do FDA ou uma especificação sobre a natureza do aval.

Entenda

Essa aprovação é de investigational device exemption (IDE), ou seja, a Neuralink pode fazer testes, mas os seus estudos “não se destinam a abordar nenhum produto, estudo ou esforço de pesquisa específico”, informou a agência. Mas a FDA afirmou que tem um “processo cientificamente rigoroso” para avaliar a segurança e a eficácia de dispositivos médicos. “Para todos os envios de IDE, nós (FDA) analisamos todos os dados e informações contidos no cadastro da empresa.”

O chip da Neuralink ou o IDE em questão, é uma interface computacional que será alocada como um implante neural em pessoas. Esse implante permitirá que o usuário controle o seu computador ou celular de qualquer lugar.

O foco da agência para aprovar um IDE se baseia na avaliação do perfil de segurança de possíveis temas, “garantindo que os riscos sejam adequadamente minimizados e comunicados aos envolvidos e garantindo que o potencial de benefício, incluindo o valor do conhecimento a ser adquirido, superem o risco”, respondeu a esta publicação. A FDA também avalia o “potencial do dispositivo para fornecer benefícios aos participantes do estudo”, desde que garanta que “os benefícios do estudo sejam superados pelos riscos”.

Período de testes

Embora nem Neuralink e nem FDA tenham falado sobre o período de testes e quantas pessoas poderão participar, a agência explicou que a revisão de um IDE terá uma equipe da agência “adequada à tecnologia do dispositivo e aos usos pretendidos”. Esse time terá especialistas de diversas áreas como, clínica, neurologia, engenharia, fatores humanos, estatística e biocompatibilidade.

Ainda vale dizer que o regulador norte-americano disse que “exige que os pedidos de IDE incluam relatórios de todos os testes clínicos, animais e laboratoriais anteriores”, bem como informações publicadas e não publicadas, adversas ou de suporte, que sejam relevantes para uma avaliação da segurança ou eficácia do dispositivo.

“Geralmente, a FDA pode aprovar o estudo se os benefícios potenciais superarem os riscos e se os riscos remanescentes tiverem sido adequadamente mitigados”, informou a agência. “Portanto, os patrocinadores devem abordar considerações de segurança específicas para a população de pacientes em estudo. Assim como aquelas que podem ser comuns ao dispositivo”, completou.

Atualmente, a Neuralink tem um site para aceitar cadastro de pacientes.

 

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