Devido a novas regras na legislação tributária, a Telefônica/Vivo conseguiu registrar no segundo trimestre deste ano um lucro líquido mais de duas vezes maior do que no ano passado. Entretanto, de acordo com balanço financeiro da empresa divulgado nesta quarta-feira, 30, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi de R$ 2,545 bilhões no trimestre, o que representou um recuo de 1,2%. No semestre, a queda foi de 4%, total de R$ 5,108 bilhões. A margem EBITDA caiu 0,2 ponto percentual e em junho ficou em 29,5% no trimestre. No semestre, caiu 1,6 p.p. e fechou o período em 29,7%.

De qualquer forma, o resultado líquido (lucro líquido) cresceu 118% no trimestre, fechando em R$ 1,992 bilhão. No semestre, o aumento foi de 53,9%, acumulado de R$ 2,653 bilhões. Isso ocorreu por conta de "revisão das bases fiscais de certos intangíveis decorrentes de combinações de negócios, após a entrada em vigor da Lei nº 12.973 (conversão da MP 627/13), cujo efeito líquido positivo no resultado foi de R$ 1,196 milhão". A Lei, publicada no dia 15 de maio, muda o conceito legal de receita bruta.

Houve um crescimento nas receitas, especialmente com o negócio móvel. A receita operacional líquida cresceu 1,5% e fechou o trimestre com R$ 8,616 bilhões. O resultado semestral foi de R$ 17,228 bilhões, alta de 1,1%. A maior parte dessa receita veio de serviços, que registraram R$ 8,322 bilhões no trimestre, crescimento de 1,9%; e R$ 16,621 bilhões no semestre, avanço de 1,6%.

A receita líquida móvel foi de R$ 5,824 bilhões, aumento de 5,1% no trimestre graças ao aumento na receita de dados e SVA. No acumulado do semestre foi de R$ 11,582 bilhões, aumento de 3,6%. A receita operacional líquida desse segmento aumentou 6% no comparativo anual de trimestres, fechando junho com R$ 5,530 bilhões, o que representou 64% do total da empresa. Na comparação de semestres, o crescimento foi de 4,6%, total de R$ 10,976 bilhões.

A receita de franquia e utilização aumentou 4,5% e ficou em R$ 2,849 bilhões no trimestre. No acumulado foi de R$ 5,683 bilhões, aumento de 3,1%. Nota-se uma queda de 28,8% na receita de uso de rede, que fechou o trimestre em R$ 555,2 milhões. No semestre também caiu: 27,2%, total de R$ 1,227 bilhão. A queda foi em decorrência da redução de 25% da taxa de interconexão (VU-M) em fevereiro – segundo a Telefônica, neutralizando esse efeito, "essa redução seria de 6,4% devido ao menor tráfego entrante de origem móvel, em função do efeito comunidade principalmente no segmento pós-pago".

Resultados operacionais

O total de acessos da Telefônica cresceu 4,1% no comparativo anual, totalizando 94,901 milhões. A mesma taxa de crescimento foi registrada tanto para a base móvel (com 79,357 milhões de acessos) quanto para a fixa (15,544 milhões de acessos).

A companhia detalhou o desempenho operacional móvel, mostrando um crescimento de 26,5% no segmento de pós-pago, que fechou junho com 26,169 milhões de acessos. A participação de mercado desse tipo de plano, segundo a empresa, é de 41,3%, um avanço de 3,4 p.p. em relação ao ano passado. No mix (relação entre pós e pré) houve crescimento de 5,8 p.p. em favor do pós-pago, que agora representa 33% da base.

Outro destaque foi o aumento de 59,1% nas conexões máquina-a-máquina (M2M), total de 2,927 milhões. Já o pré-pago sofreu queda de 4,2% e fechou o período com 53,188 milhões. A operadora alega que a migração de clientes para planos pós-pagos e "adoção de critérios mais restritivos de desconexão" foram os motivos que levaram à queda. Ela destaca que no comparativo com o primeiro trimestre o recuo foi de 0,7%, o que demonstraria "resultado positivo da nova oferta para o segmento, o Vivo Tudo, que já atinge a marca de 7,2 milhões de adesões".

A receita média por usuário (ARPU) aumentou 2,3% e agora é de R$ 23,4. No segmento de voz, a ARPU é de R$ 14,9, uma queda de 3,9%. Em dados, a ARPU cresceu 15,4% e totalizou R$ 8,5. A ARPU pós-paga excetuando as conexões M2M caiu 9,4% e ficou em R$ 49,1, enquanto no pré-pago a ARPU ficou em R$ 12,1, queda de 3,3%. A quantidade de minutos de uso (MOU) cresceu 10,6% e ficou em 128,7.

O churn mensal caiu 0,2 p.p. e ficou em 3,5%. O churn do pós-pago excetuando M2M caiu 0,5 p.p., ficando em 1,5%. O churn para pré-pago ficou estável e fechou em 4,5%.

Investimento

No geral, a operadora afirma ter investido 29% mais do que no segundo trimestre de 2013, totalizando R$ 1,615 bilhão de abril a junho e R$ 2,616 bilhões no acumulado dos seis primeiros meses do ano, crescimento anual de 33,5%. Desse total, R$ 1,423 bilhão foram destinados a redes no trimestre, ou R$ 2,303 bilhões no semestre, boa parte para a expansão da cobertura FTTH e da cobertura móvel 3G e 4G. A relação entre Capex e receita operacional líquida agora é de 18,7%, ou 4 p.p. acima do registrado em 2013.

A dívida líquida da Telefônica é de R$ 2,524 bilhões, aumento de 40,3% "explicado principalmente pelo maior pagamento de dividendos e de juros sobre capital próprio no 4T13 e no 1T14 em relação ao 4T12 e 1T13". A relação dívida líquida/EBITDA diminuiu 0,9 p.p. e agora é de 0,24.

 

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