Um dos smartphones Android mais cobiçados do momento, o Xperia Z2 da Sony tem tudo que se pode esperar de um aparelho high-end: qualidade de construção, tela incrível e desempenho mais do que suficiente para rodar até o mais pesado dos aplicativos. Mas isso, competidores como o LG G3, Nexus 5 e até mesmo o HTC One (M8), que não é vendido no Brasil, também têm. Então, o que difere o Z2 do restante?

Se procurar saber uma das causas número um de acidentes com smartphones em assistências técnicas, provavelmente será o salto ornamental de celulares em privadas. Nunca aconteceu comigo, mas é sempre bom saber se um aparelho consegue escapar dessa enrascada. O Xperia Z2 é resistente à água, o que o torna à prova de privadas. Claro, poder usar ele no chuveiro também é bacana, mas é realmente necessário checar os e-mails ou o Twitter durante o banho? Às vezes, é.

Gravar vídeos em 4K, atualmente, é um luxo para poucos. Mas pior ainda é ter onde reproduzir tais vídeos. Eu gravei uma demonstração e coloquei no YouTube pelo próprio aplicativo, mas não tenho uma TV ou monitor com tamanha resolução para checar a qualidade da imagem. Suponho que seja boa e que, em um futuro breve, torne-se o novo padrão. A gravação com a taxa de quadros fluida de 60 fps em Full HD, por outro lado, é excelente. Para fotos, a câmera de 20,7 megapixels se mostrou muito boa, com atenção aos detalhes na hora de capturar imagens macro.

E assistir à TV digital com o aparelho? Em tempos de Copa, pensei que o recurso seria muito útil para acompanhar detalhes de partidas em qualquer lugar, mas me enganei.  A tela de 5,2 polegadas com resolução de 1080 x 1920 pixels e densidade de 424 ppi (pixels por polegada) é excelente, mas expõe a deficiência do padrão de TV móvel 1-seg, com resolução de 320 x 240 pixels. Além do mais, a recepção era sempre complicada, inclusive na Arena Corinthians, em São Paulo, durante a partida Uruguai x Inglaterra. Teria sido útil no gol que perdi quando fui ao banheiro (juro que não é intencional a escatologia).

A bateria de 3.200 mAh parece muito, mas suponho que os inúmeros recursos – incluindo os que a Sony injeta no Android – acabam drenando um pouco dessa energia. É meio paradoxal, mas parece que o consumo elétrico quando em modo de repouso me incomodou, gastando cerca de 15% da bateria em uma noite. Com a tela ligada, no entanto, pareceu bastante eficaz em relação a outros aparelhos, como o iPhone 5S.

O smartphone da Sony ainda acompanha a pulseira Smartband, o que certamente pode atrair principalmente aos amantes de atividades físicas. Se não é o seu caso, ao menos é uma introdução interessante ao mundo dos wearable devices, além de ótimo motivo para se mostrar em conversas casuais.

No final das contas, o Xperia Z2 mostra muitas funções, mas nem todas vão ser úteis para o usuário médio. O processador Snapdragon 801 da Qualcomm, um quad-core 2,3 GHz com GPU Adreno 330, garante que o dispositivo consiga rodar apps robustos por um bom tempo ainda. Por R$ 2.499 desbloqueado, é um investimento que vale o dinheiro se o seu objetivo é ter um Android de ponta com todos os recursos possíveis. Mesmo que acabe nem usando tudo isso.

 

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