O Facebook não vai virar uma operadora de Internet, mas está oficialmente trabalhando para proporcionar infraestrutura alternativa para acesso. A companhia anunciou nesta quinta, 30, o projeto Connectivity Lab, que pretende "acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias" para fornecer conectividade por meio de aeronaves, satélites ou soluções terrestres. "Nossa intenção não é construir redes e operá-las, mas, em vez disso, avançar rapidamente no estado dessas tecnologias ao ponto que elas virem soluções viáveis para serem implantadas por operadoras e outros parceiros", diz comunicado da empresa nesta quinta, 30, assinado pelo vice-presidente global de engenharia e infraestrutura, Jay Parikh.
Trata-se, na verdade, de mais uma forma com a qual a rede social de Mark Zuckerberg pretende prosseguir com o projeto de proporcionar conectividade para mais de 4 bilhões de pessoas atualmente off-line, o Internet.org. A ideia é justamente ajudar as operadoras a chegar a lugares remotos com conectividade para poder oferecer então a plataforma de universalização de acesso.
Assim, o Facebook anunciou dois marcos no Connectivity Lab: a construção em escala real da aeronave Aquila e o desenvolvimento da transmissão de dados por laser. O avião, desenvolvido pelo time britânico, tem como objetivo voos de longa duração, já que é capaz de sobrevoar uma região remota por até 90 dias seguidos sem reabastecimento. Ele funciona em altitudes de até 27,4 km (90 mil pés) graças à envergadura de asas do tamanho da de um Boing 737, mas com peso centenas de vezes menos graças ao chassi de fibra de carbono.
Já o laser foi desenvolvido pelo laboratório da companhia na Califórnia e foi desenhado para entregar dados de "dezenas de gigabits por segundo" para um alvo do tamanho de uma moeda a mais de 16 km de distância. A companhia alega estar começando a testar os lasers em condições reais. Uma vez finalizado, o sistema de comunicações a laser poderá ser utilizado justamente na aeronave Aquila para comunicação com outros veículos aéreos ou para uma base terrestre, tornando possível criar "uma rede estratosférica que pode se estender mesmo para as regiões mais remotas do mundo".
Jay Parikh reconhece que ainda falta muito para que essas tecnologias possam ser implantadas de verdade, mas se declara empolgado com o progresso. "Planejamos engajar com uma comunidade mais abrangente e compartilhar o que aprendemos para que possamos progredir mais rápido no desenvolvimento dessas tecnologias", ressalta no comunicado.